José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
Esta tese é enviada por http://senadonews.blogspot.com/ podendo ser correspondida pelo e-mail senadonews@gmail.com ou pelo correio postal: União Ibérica, Av. Bombeiros Voluntários, 66, 5º Frente, 1495-023 Algés, Portugal; Tel: 00 351 21 410 69 41; Fax: 00 351 21 412 03 96.

Pesquisá pelo google.pt ou pelo sapo.pt

Tuesday, October 21, 2008

MISCELÂNEA (VI), O CARTÃO DE CRÉDITO


(*) Mendonça Júnior
Tem esta epígrafe coligir escritos, em termos de perguntas à publicitação de opiniões, de acordo com o devido respeito pela nossa actual vivência democrática.

Nos últimos séculos a Terra foi confrontada com terríveis doenças de que resultaram milhões de vítimas.
A crise mundial que estamos a enfrentar ainda não foi considerada como uma doença mortal apesar de serem já admitidos e se instalarem idênticos resultados através do limiar da pobreza, repressão à criminalidade e suicídio.

Hoje já vamos controlando, com dificuldade, essas endemias de um modo que se considera razoável, de acordo com o desgaste orgânico individual e as colectivas pelas contra-manifestações, nem sempre pacíficas, provocadas pelas cada vez mais exigentes populações que através dos actuais regimes políticos exigem direitos mas não aceitam deveres.

Porém a tal actual chamada crise chegou ao seu limite como as anteriores lideradas por regimes políticos que em síntese recordamos: feudalismos, monarquias, presidencialismos, ditaduras e outros de raíz religiosa...

Nos actuais dias que estamos passando os grandes responsáveis já não foram as pulgas bubónicas, as picadas dos insectos nem as carnificinas das guerras perpetuadas neste nosso planeta... que se vai degradando todos os dias.

O grande responsável...pasme-se...é o cartão de crédito...

É sim este milagroso pedacinho de plástico que populações inteiras abusaram para além das suas posses económico-financeiras contráriamente ao exemplo dos chamados irracionais que se equilibram de acordo com as necessidades disponibilizadas pela natureza onde sobrevivem.

A actual chamada crise estende hoje as suas metástases por toda a parte no sentido de, no mínimo, evitar a perda de uma catastrófica qualidade de vida terrena.
Entretanto os melhores cérebros da espécie humana debatem, para além do impossivel, soluções imediatas.
Acredito que o consigam a exemplo do passado.

Porém ouso lembrar...
- Jacques Yves-Cousteau disse: O nosso planeta não sobreviverá ao ritmo demográfico que está a sofrer.
- Winston Churchill disse: o regime político democrático que estamos a seguir não é bom... porém ainda não conseguimos outro melhor.
- Henry Kissinger disse: quem não consome não tem o direito de viver.

Será que a China já está a dar passos nestes sentidos?

(*) Coronel de Cavalaria

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Sunday, October 19, 2008

EMIGRAÇÃO DOS PORTUGUESES (XII)


Carta da Suécia.
(*) José Pegado

Vou dedicar umas linhas contando, por ordem cronológica, como aqui chegamos e como ocupamos o nosso tempo.

– Um emigrante Luso-Sueco
Vim aqui parar, Finspang, no dia 22 de Dezembro de 1953, uns poucos dias antes do Natal e a pouco mais de uma semana do fim do ano, de comboio, através de uma grande parte da Europa.
Antes do início da viagem houve que tratar de arranjar passaporte o que na realidade se conseguiu tudo Governo Civil em Lisboa e sem grandes dificuldades.
Houve certamente que preencher formulários, de provar o cumprimento de serviço militar, de entregar duas fotografias e alguns escudos e justificar a razão de tal pedido pois nessa altura um passaporte era coisa que nem todos tinham.

A justificação era a carta de chamada emitida por uma empresa Sueca onde se confirmava que eu tinha sido aceite para fazer o meu trabalho de especialização e Termodinâmica Aplicada junto de Svenska Turbin Aktiebolaget Ljungstrom em Finspang.

Estava tudo perfeitamente em ordem e uma semana mais tarde foi levantado o almejado passaporte e recordo-me que uma das perguntas feitas pelo funcionário era de como eu iria viajar para a Suécia e tendo eu respondido que seria de comboio resultou que o meu primeiro passaporte foi emitido com validade limitada a Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Suécia.
Claro está que tal passaporte de validade restrita a estes 7 países viria mais tarde a causar-se sérias dificuldades mas eu nessa altura não estava ainda de olhos postos no resto do mundo.

Com apenas uma ligeira pequena maleta de lona onde no entanto não faltavam agasalhos dignos de uma expedição ao Polo Norte saí da Gare do Rossio em Lisboa a bordo do Rápido para Paris por volta da meia noite de 19 de Dezembro.
Nunca tinha feito tão longa viagem de comboio sentado (não havia dinheiro para Wagons-Lits) durante 54 horas. Felizmente que nessa altura do ano e nesse comboio havia poucos viajantes e ainda menos ladrões.
Também, mais tarde, nunca mais viajaria tantos quilómetros sobre carris.

Depois da chegada a Paris na gare de Austerlitz tive de me transladar para a Gare du Nord para poder embarcar noutro comboio que acabou por me depositar na Suécia, na Gare de Norrkoping pela 6 horas da manhã de 22 de Dezembro de 1953.

Estava noite escura, fazia frio e havia bastante neve.

Neve que eu só tinha visto uma vez antes em Lisboa em meados dos anos 40 quando ainda frequentava o liceu Pedro Nunes – nessa manhã caiu sobre Lisboa e durou poucas horas – no entanto o suficiente para que muitos lisboetas súbita e inesperadamente se encaminhassem para as terras do que mais tarde seria o Parque de Monsanto e aí se envolvessem em guerras de bolas de neve.

Tomei um táxi.
A minha namorada Suéca, Elly, com quem mais tarde vim a casar, estava nessa altura em serviço no hospital e não havendo comité de recepção cheguei a Albrektsvagen 16 que eu sabia ser o seu endereço da família.

Claro está que os contactos iniciais não foram fáceis pois os pais falavam apenas Sueco e só um dos irmãos arranhava o inglês suficiente para nos entendermos mas boa vontade não faltava e fui muito bem recebido.
Ao fim da tarde chegou finalmente a Elly ao lar que foi para mim o prémio do esforço de toda a viagem.

Foi também o meu primeiro Natal Sueco e pena tenho de não poder reviver com facilidade todas aquelas sensações iniciais com tanta coisa nova e diferente à minha volta.

Era a paisagem, a temperatura, a comida, as horas das refeições, as caras novas, toda a gente mais alta do que eu, o caminhar do trânsito de viaturas sobre a neve, a conversão entre Escudos e Coroas Suecas, mas principalmente a curta duração da parte do dia a que se chama dia.
Nessa altura do ano as noites começavam por volta das 15:30 e no dia seguinte o Sol não aparecia acima do horizonte antes das 09:30, isto é, quando aparecia pois uma das sensações é a de se estar mergulhado dentro de um aquário de águas cinzentas.

(*) Engenheiro Electromecânico formado no IST, em Lisboa; e na Universidade de KYH em Estocolmo.

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Saturday, October 11, 2008

PARA QUÊ MAIS PAPAGAIOS


(*) Belmiro Vieira

Foi o “Repórter”, o programa noticioso da RTP-África quem veiculou a informação: «No aeroporto de São Tomé foram detectados e apreendidos dez papagaios, que, subtraídos ao seu “habitat” natural da vizinha Ilha do Príncipe, iam ser embarcados clandestinamente para Portugal.

Dada como se tratasse de mais um desses corriqueiros “faits divers” com que se entretem uma boa parte da nossa Comunicação Social, a notícia tem no entanto alguma importância. Por isso que se lamenta que tenha sido ela tão escassa em pormenores.

De facto, ouvindo-a, ficou-se sem saber, por exemplo:
– Se os responsáveis pela captura dos bichinhos foram identificados;
– Se ficou sem se conhecer a quem se destinavam em Lisboa;
– Se o facto foi comunicado à alfândega e às polícias portuguesas;
– Se estas procederam em conformidade;
– Se os papagaios se destinavam a presentear algum graúdo cá do burgo, como soe acontecer com “pedrinhas” provindas de Angola;
– Se destinavam simplesmente a abastecer o mercado português:

No caso de haver algo de verdade nesta última suposição, entre nós, observadores atentos do que se passa cá dentro e acérrimos defensores do produto nacional, sentimo-nos na obrigação de lembrar, ou melhor, de advertir os santomenses que Portugal não precisa de mais papagaios.

Tem-nos aos montes, apesar de não ser um país de clima tropical, tão do agrado do grupo dos psitaciformes, – em especial da família dos Psitacídeos, que têm a possibilidade de imitar a voz humana.

Mais: há-os, entre nós, com tamanhos e colorações os mais diversos. O que – convenhamos – é pormenor sobrevalorativo, no caso de um dia vir a haver a necessidade de os exportar.

Finalmente, há outros factos a ter em consideração para não aceitarmos papagaios vindos de fóra, por exemplo:
– É que os de produção local não têm um “habitat” certo, antes são omnipresentes;
– Embora, haja locais, onde a sua abundância é notória;
– No Desporto, onde o seu “palrar” ganha ressonância no final de cada competição;
– Na Política, onde, com o aproximar de cada estação eleitoral, se espantam todos:

Os de cor de rosa, laranja, azul-amarelo e outros, engalfinhando-se, com grande ardor combativo, na corrida ao poleiro desejado.

(*) Jornalista

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Tuesday, October 07, 2008

EMIGRAÇÃO DOS PORTUGUESES (XI)


Carta da Suécia, Inverno de 2007
(*) José Pegado

Depois de chegarmos à Suécia no dia 8 de Dezembro de 1953 não temos uma sombra sequer daquilo que deveria ser um Inverno na Suécia.
Não neva, não chove e as temperaturas nesta zona têm oscilado entre +2 e +6 o que também significa que não há gelo nas estradas.

Para se encontrar um Inverno normal teríamos de viajar uns 1.300 km para o Norte onde por exemplo em Pajala os termómetros na passada semana se registaram -32 C.

A falta de neve e gelo não nos preocupa mas haverá com certeza camponeses que a falta de neve vai resultar em falta de água nos campos.
Quem também sente a falta de neve são os esquiadores, as estâncias turísticas e também ainda as empresas de limpeza de neve nas estradas.
Um outro desporto que este ano não se pode praticar é a pesca debaixo do gelo.
Os praticantes deste tipo de pesca vão sempre bem protegidos do frio e do vento, levam um pequeno farnel e bebidas quentes e além da linha de pesca e da broca para fazerem o furo no gelo levam ainda um pequeno caixa-banco onde se sentam.
Faz-se um furo no gelo com o diâmetro da broca ou seja uns 10-12 cm, mergulha-se o anzol brilhante e sem isco e fazem-se movimentos verticais bruscos na esperança de apanhar um peixe curioso.
Este ano ainda não vimos um único pescador desta arte pois falta o principal, falta o gelo.

– 24 DE DEZEMBRO – NATAL EM FAMÍLIA
A grande reunião familiar é a de Natal que aqui na Suécia se situa no dia 24, ou seja na véspera de Natal.
O menu tradicional de Natal na Suécia gira à volta de uma série de pratos uns feitos em casa e outros trazidos pelos convidados e normalmente dispostos numa grande mesa bufet: conservas de arenque que se acompanham com batata cozida, um enorme afiambrado de porco que se acompanha com couve roxa, puré de maça e batata no forno, uns bons pedaços de entrecosto também feitos no forno, as célebres bolinhas de carne moída frita, duas apetitosas omeletes uma de camarão e outra de cantarelas (cogumelos silvestres).

As bebidas de acompanhamento são de livre escolha com Coca-Cola para os mais jovens, cerveja para os de maior idade e eventualmente vinho para os não condutores.
Hoje em dia raramente se serve aquavit, tradicional aguardente sueca feita a partir de batata.
A refeição termina com frutas e sobremesas doces e entre nós nunca falta o Bolo Rei fresco feito nessa mesma manhã.

Depois desta enorme e pesada refeição familiar segue-se um descanso em que a maioria sentada aguarda a chegada do Pai Natal, no dia 25, e a distribuição das prendas.
Se houver crianças pequenas no grupo, naquelas idades em que ainda acreditam ou dizem acreditar no Pai Natal é costume pedir-se a um vizinho para desempenhar o papel vestido de calças e túnica vermelhas e com uma enorme barba branca e um saco às costas para distribuir os presentes.
Com o avançar das idades ninguém sente a falta do Pai Natal e a distribuição faz-se na mesma.

– 25 DE DEZEMBRO – DIA DE NATAL EM CASA
O dia de Natal é geralmente um dia de descanso e reservado para o núcleo familiar mais chegado ao nosso.

– A PASSAGEM DO ANO – 2007/08
Depois dos excessos gastronómicos do Natal e depois de uns dias em uma espécie de jejum voltou o apetite e com ele a caça ao perú que por razões práticas foi colocado no menu do Fim do Ano.
Nos anos 50 tivemos imenso trabalho para conseguir comprar um perú.
Os que havia estavam vivos nas quintas dos camponeses e foi preciso usar de enorme cadeia de amigos e conhecidos até se poder chegar a um infortunado animal.

Na nossa família Luso-Sueca a tradição de Perú de Natal foi trazida evidentemente por mim com as tradições e recordações de Portugal, em 1953, o que no entanto está agora generalizado e aceite em parte por influência de Hollywood e em parte também porque agora na época de Natal abundam perús limpos e congelados em todos os supermercados de qualquer terreola.

A passagem do ano foi celebrada em casa, um belíssimo peru assado e mais tarde com uma bem refrigerada garrafa de Freixenet brut, o nosso favorito espumante espanhol.
A passagem do ano na Suécia celebra-se como em toda a parte comendo, bebendo, dançando e queimando fogo de artifício mas meia hora dentro do novo ano reinava um silêncio absoluto.
Só faltava a brancura da neve.

(*) Engenheiro Electromecânico formado no IST, em Lisboa; e na Universidade de KYH em Estocolmo.

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