José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
Esta tese é enviada por http://senadonews.blogspot.com/ podendo ser correspondida pelo e-mail senadonews@gmail.com ou pelo correio postal: União Ibérica, Av. Bombeiros Voluntários, 66, 5º Frente, 1495-023 Algés, Portugal; Tel: 00 351 21 410 69 41; Fax: 00 351 21 412 03 96.

Pesquisá pelo google.pt ou pelo sapo.pt

Sunday, May 27, 2007

RETALIAÇÃO


(*) Mendonça Júnior

A Rússia opoêm-se à instalação de um sistema antimísseis dos Estados Unidos a instalar nos Estados membros da União Europeia.


Na recente cimeira UE-Russia, em Samara, a ponta do iceberg Leste-Oeste emergiu. Será o prelúdio de uma nova “guerra fria”…? de um novo “muro"...?

Putin embarga as exportações de carne da Polónia para a Rússia.
A Polónia reage vetando as negociações para um novo acordo de parceria UE-Rússia alegando deficiências no controlo sanitário, uma posição vista pela parte polaca como tendo motivações políticas.
A Comissão Europeia tem-se mostrado satisfeita com os controlos sanitários impostos pela Polónia às suas exportações.

Moscovo refere também que Estónia e a Letónia violam os direitos humanos da minoria russa que vive nesses países.

Durão Barroso contra ataca, no mesmo sentido, repetindo que a “situação dos direitos humanos na Rússia causa preocupação” referindo, muito especialmente, o caso da jornalista russa Anna Politkovskaia assassinada em Outubro em Moskovo e quando investigava violações dos direitos humanos na Tchetchénia.
Ângela Merkel manifestou a idêntica preocupação perante o impedimento de um grupo de manifestantes anti-Putin, incluindo o antigo campeão de xadrez Garry Kasparov.

Putin replica que a UE deve primeiro resolver os seus problemas internos e não se intrometer nas relações exteriores da Rússia.

Barroso “arregaçou as mangas”, afirmou à edição da revista alemã Focus:
« A Rússia deve saber uma coisa: nós formamos uma união, que tem por base a solidariedade de uns em relação aos outros. E os interesses dos polacos são tão legítimos quanto os dos franceses dos alemães ou dos portugueses».

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, fez questão de advertir que
«qualquer acção contra um Estado membro da UE seria considerado como contra toda a União».

O primeiro-ministro José Sócrates desloca-se em breve a Moscovo.

Putin a braços com um excesso de desemprego na Russia procura entrar em Angola através de parcerias com Portugal.

A próxima cimeira UE-Russia está prevista para Mafra, em Outubro, sob a égide da presidência europeia da UE.

Os três mosqueteiros e mais um… nos Açores: “todos por um e um por todos…” repetir-se-à em Portugal?

(*) Coronel de Cavalaria

Saturday, May 19, 2007

A NOVA ECONOMIA VAI TER FOME


(*) Mendonça Júnior

Trata-se de um alerta de LESTER R. BROWN (**) – da entrevista feita por Géraldine Correia publicada no Público em 20 de Março de 2006 – pela sua indubitável importância e oportunidade do assunto, que tem ultimamente despertado as preocupações das mais variadas personalidades científicas mundiais e de alguns políticos ao mais alto nível, mas nem sempre com o devido reflexo na generalidade das populações do Planeta.

Transcrevemos os aspectos mais evidentes dessa entrevista aqui condensada em itálico:

Lester R. Brown, já considerado o guru do movimento ambientalista, defende o planeta com “unhas e dentes”. Recorda que existem muitos exemplos, na história, de civilizações que desapareceram: os Sumérios, porque o seu sistema de irrigação não funcionava e inundou de sal as terras cultivadas, os Maias, com a desflorestação e erosão dos solos, os habitantes da Ilha de Páscoa, não podiam fabricar mais barcos de pesca depois de cortarem todas as árvores. É o que nos espera…

Daqui a 20 anos, no máximo, se os componentes não mudarem, não sobreviveremos à destruição do ecossistema. A partir dos anos 50, a população mundial ultrapassará em muitos milhões a actual. Ao mesmo tempo, os recursos naturais entrarão na sua fase final de esgotamento.
Florestas dizimadas, desertos em expansão, stocks de pesca em baixa. Estamos a passar cheques em cobertura, e não há novas provisões na conta.
A nova economia vai ter fome.

A destruição dos recursos já está a ter consequências dramáticas na agricultura.
Cada homem bebe em média quatro litros por dia.
Mas para produzir a sua ração diária de alimentos, precisa de dois mil litros.
O nível dos lençóis friáticos está a descer em todo o lado; uma evolução invisível que está a transformar o Texas, Kansas, Norte da China e regiões da Índia em terras secas e incultiváveis.
E depois temos a urbanização, que transforma todos os anos três milhões de hectares em estradas, edifícios e supermercados.
Nos últimos seis anos a produção de cereais foi cinco vezes inferior ao consumo, ou seja, temos recorrido a reservas.

A população mundial aumenta em 70 milhões por ano, por isso a produção por habitante já baixou 10 por cento.
Estamos a sair de uma era de abundância e entrar na de escassez.
É inevitável que os preços comecem a subir, e aí enfrentamos sérios problemas sociais.

A China já não é auto-suficiente em termos alimentares e já é o maior importador de trigo e soja.
Com uma má colheita, o mercado mundial terá de fornecer rapidamente toneladas e toneladas de cereais.

Muitos países do terceiro mundo que importam alimentação não poderão suportar o aumento de preços e haverá revoltas terríveis.

Falaremos então de independência alimentar e não de independência energética.
Os novos hidro-combustíveis vão roubar uma parte da produção agrícola.
A cana-de-açucar, beterrava e óleos diversos passarão a abastecer não só o mercado alimentar como o de bio-combustíveis, como o etanol e biodiesel.

A ecologia celebra esta alternativa à gasolina e os economistas celebram um novo mercado para a agricultura, mas num contexto de crise alimentar coloca uma alternativa terrível: será mais rentável vender e produzir bio-combustíveis para o terceiro mundo do que alimentar clientes pobres e as necessidades de produção podem mesmo acelerar a desflorestação.

Todavia já existem indícios da nova economia:

Nos moinhos de vento, na energia solar, iniciativas de reflorestação (as sementes estão plantadas em vários países).
De todas as formas de energia – eólica, por células solares, solar térmica, geotérmica, hidro de pequena escala, biomassa – o vento está a destacar-se.
Na Europa, que lidera nesta área, 40 milhões de pessoas obtêm electricidade de complexos eólicos.
A European Wind Energy Association prevê que, em 2020, metade da população, cerca de 195.000 milhões de europeus, consiga electricidade em casa através do vento.

É um a energia barata, inesgotável, bem disseminada, limpa e benigna para o clima. Nenhuma outra reúne estes atributos todos.

Mas, na verdade, de todos os recursos delapidados o nosso recurso mais escasso para sustentar o progresso económico é o tempo.
Com as mudanças climáticas estamos próximo de um ponto de não retorno
Seria tentador reiniciar o contador, mas não podemos fazê-lo: a natureza é o nosso cronómetro.
Estamos num momento decisivo.

Tal como outras civilizações do passado, podemos continuar os negócios como habitualmente e assistir ao declínio da economia e ao seu colapso…?

Ou, passar para um Plano B: a construção de uma nova economia e um novo Mundo.
Brown aponta três caminhos possíveis – Rescuing Planet Under Stress and a Civilization in Trouble:
Primeiro – uma restruturação da economia global para que possa sustentar a civilização;
Segundo – um esforço intenso para erradicar a pobreza, estabilizar a população e restaurar a esperança para conseguir a participação dos países em desenvolvimento;
Terceiro – um esforço sistemático para restaurar sistemas naturais.

Esta será a decisão da nossa geração, sem dúvida.
E vai afectar a vida na Terra de todas as gerações a seguir».

(*) Coronel de Cavalaria
(**) Lester R. Brown formado em Ciências Agrícolas, mestrado em Economia Agrícola e Administração Pública, é Presidente do Artº Policy Institute.

Monday, May 14, 2007

SER EUROPEU (I)


(*) Francine Dhanis
Durante séculos, a Europa foi o centro do Mundo; é na Europa que tiveram lugar as grandes Revoluções científicas e Técnicas.

Houve nessa altura um expansionismo extraordinário.
Com efeito mais de um terço do planeta foi colonizado antes da II Guerra Mundial.
As potências europeias impuseram o seu poder político, militar, económico e cultural a regiões que representaram trinta vezes mais do que a Europa.

No entanto a II Guerra Mundial arruinou o Continente: milhões de mortes, uma economia despedaçada, o poder totalmente reduzido e uma influência em decadência. As duas super potencias, os Estados Unidos da América . e a União das Repúblicas Socialistas-Sovieticas (URSS) impuseram ao Mundo a sua dominação.
Os .impérios coloniais caíram e os povos colónias lutaram para sua independência

Era preciso reagir.
Foi então criada a Comunidade Europeia, em Maio de 1950, para estabelecer bases sólidas com o fim de impedir conflitos e tentar tornar a guerra impossível entre os países dessa Comunidade.
Robert Shumann definiu os objectivos e as modalidades dum plano que tem o seu nome.

CECA – a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, para garantir os recursos de base indispensáveis tanto para a guerra como para a paz, foi criada em 1951

A Bélgica, França, Itália, Luxemburgo, os Países Baixos e a República Federal da Alemanha, era a primeira etapa para a uma união europeia.

CEE – o tratado de Roma, conhecido como Marché Commun, foi criado em 1957;


Euratom – a Comunidade Europeia da Energia, destinada a desenvolver a cooperação da utilização pacífica da energia nuclear, foi criada em 1957;

Tratado de Adesão – entre a Irlanda e o Reino Unido – foi assinado em 1972.

A Grécia aderiu à CEE, em 1981;

Portugal e Espanha negociaram a sua adesão que foi efectiva em 1986.

Durante 25 anos, a Comunidade estabeleceu politicas iguais em vários domínios :

Politica social, para unificar as condições de trabalho, e os direitos sociais em cada país;

Politica agrícola comum (PAC) assegurando a livre circulação dos produtos agricolas, ajudando os produtores tendo os preços garantidos e protegendo os consumidores

Politica de transporte, de maneira a facilitar o movimento das pessoas e trocas de mercadorias;

Politica de concorrência, garantido a igualdade de tratamento entre as empresas;

Essas políticas tiveram êxito em todos os domínios da produção, estabelecendo normas de qualidade , dando a possibilidade de uma concorrência sã entre os produtores assegurando a protecção dos consumidores.

(*) Tem dupla nacionalidade:
– Belga por nascimento – Baroneza, Francine Caroline Roberte Marie Ghislaine Dhanis
– Militar na Força Pública em Léopoldville, ex-Congo Belga;
– Empresária em Léopoldville, ex-Congo Belga;
– Escritora, jornalista, locutora e entrevistadora – responsável pelas emissões em francês da Rádio Emissora oficial de Angola, destinada aos militares em campanha, e entidades estrangeiras;
– Professora de francês na Alliance Française em Portugal;
– Portuguesa por casamento – esposa do Coronel José Maria de Mendonça Júnior.

Friday, May 04, 2007

ESCOLHAS MICROMENDES


(*) Mendonça Júnior

No nosso histórico consuetudinário há uma característica que se tem vindo a manter até aos nossos dias. Somos individualmente “persona extremis: “…é o melhor que há… ou… não presta…

Este cariz é exemplificado nos debates mensais da Assembleia da República com especial relevância entre o Governo e a Oposição.

O Governo eleito maioritariamente pelo Povo: em defesa dos superiores interesses da Nação e qualidade de vida dos portugueses… é o “melhor que há”.

A Oposição em tudo o que o Governo faça ou pretende fazer… “não presta”.

Aparentemente ambos parecem estar a actuar no âmbito das suas posturas.

Porém o factor de credibilidade, nem sempre abona a favor da Oposição.
Como regra, fogacha a em todas as direcções e efémeras luzes de artifício, com total desrespeito pelo mais notável princípio da estratégia criada por Napoleão, quando sugeriu aos generais franceses a sua aplicação no cerco de Toulon: concentrar o esforço do ataque num ponto e pela brecha criada entrar em força na fortaleza fluindo em imparável turbulência como as águas de um rio.

A Oposição em vez de aplicar esse célebre princípio vencedor da concentração de esforços… enquadra-se no provérbio de antanho:

Homem pequenino é mau ou dançarino.

Senão vejamos alguns exemplos:
É mau: mesmo quando em presença de uma irrefutável concordância insinua a seguir um venenoso “rabo de palha” a coberto da uma visão de Interesse Nacional.
É dançarino:
– OTA…a dança do ora agora viro eu, ora agora viras tu…
– Auditoria… a dança das cadeiras, socragate…
– Impostos… a dança da redução dos impostos… olha pra trás…

Assim a Oposição acaba de se enquadrar no outro provérbio de antanho:

Não batam, mais no velhinho.

(*) Coronel de Cavalaria