José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Sunday, December 23, 2007

O PAÍS QUE VIA PASSAR OS COMBOIOS (II)

(*) Mendonça Júnior
(**) J. Sá Carneiro

MJ – Em 21 de Março de 2006, SENADO NEWS, publicou aqui, na Internet, um artigo de um dos nossos estimados colaboradores J. Sá Carneiro.
Por julgar da grande oportunidade do tema defendido transcrevo textualmente, aqui em itálico, algumas das suas passagens.

SC – Recordo-me, por exemplo de “O homem que via passar os Comboios”. Esse filme fez época, e creio que toda a gente o apreciou. A mim impressionou-me profundamente.

Mas afinal tudo isto a propósito de quê? Acho que foi com a mente no T.G.V. que comecei a cismar! E isso porque, se continuarmos todos a cismar com o TGV, ficará Portugal conhecido, na que se chamará “História do Progresso e das Tecnologias”, como «O País que viu passar os Comboios!»

Desde já confesso que adoro comboios, mas não percebo nada do assunto! Entretanto há outras coisas que também não percebo! Por exemplo:

Porque é que todos os nossos técnicos, ou políticos, que abordam o Tema TGV, falam das verbas astronómicas que é preciso dispender em “Material Circulante”, e ninguém tenta sequer “avançar” com a ideia de simplesmente nos limitarmos construir a “Ferrovia”?

Claro que é completamente impensável que um turista, ou homem de negócios, venha de Berlim, ou Copenhague, em Alta-Velocidade, para depois, na fronteira de Valença do Minho ou Elvas, ser forçado a mudar para um comboio-ronceiro, ou autocarro, para chegar ou ao Porto ou a Lisboa.

Mas então é das “Linhas” que precisamos. Não do “Material Circulante”, que pode ser Estrangeiro!

À semelhança do que se passa com os Navios de Cruzeiro e Aeronaves, que nos trazem os Turistas, e que são de todas as origens, sendo nossos os Portos e Aeroportos,
também os Comboios podem ser estrangeiros, e a Ferrovia nacional.

A verdade é que mover as terras para preparar os “leitos” e montar os “carris”, isso sabemos nós fazê-lo desde o tempo do Ministro Fontes Pereira de Melo. E mesmo que os novos “rails” sejam mais sofisticados, seremos concerteza capazes de facilmente aprender a instalá-los.

Afinal o que é preciso é que os Turistas cheguem rapidamente a Lisboa ou ao Porto. E se possível, a Faro!

Evidentemente que importar – e até, talvez, construir – “Locomotivas” e “Carruagens” e fazer a sua rigorosa e complicada “manutenção”, será concerteza um “negócio chorudo”, mas deixemo-lo para mais tarde, para quando houver “dinheiro”!
E para cumprir o “Transito Interno” bastará que se estabeleçam duas circulações internacionais, uma pelo Norte, e outra pelo Sul.

Para já o que interessa é fazer a “Ferrovia”. Senão nunca veremos “passar os Comboios”!

Muito a propósito transcreve-se uma noticia no “expresso”, 01/03/06, na Internet:
«Cortes financeiros ameaçam TGV e OTA. Acordo orçamental da UE para 2007-2013 reduz ambições. Europa corta 138 mil milhões».

MJ – Há ideias que ficam na História em termos do “ovo de Colombo”.
Será esta uma delas?

(*) Coronel de Cavalaria
(**) J. Sá Carneiro
– Licenciado em História pela Universidade Aberta de Lisboa
– Diplomado em Service Marketing Management S.A.M.A. de Johnesburg
– Curso ONC/ONA, 2002/3, Alfândegas
– Despachante das Alfândegas desde 1952, em Angola, e em Portugal desde 1980

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Tuesday, December 11, 2007

ASSIM VIVEU SALAZAR...

(*) Adriano Moreira
De joelhos perante Deus e de pé diante dos homens.
Humilde com o seu povo, orgulhoso perante o mundo.

De vela ao cadáver de Salazar, fui-me lembrando de muitos acontecimentos relacionados com a vida pública da nossa terra, em que a sua presença foi dominante.
E também de alguns relacionados apenas com o seu modo de ser, que marcou o estilo do governo e da administração e o estilo de uma geração de dirigentes.
Dos que o seguiram e dos que o combateram.
Todos marcados, na sua intimidade mais funda, pelo homem e pela sua acção.

Recordarei aqui duas imagens persistentes.
Numa manhã de domingo, do ano de Angola Mártir, fui visitá-lo ao forte do Estoril.
Como cheguei a pé, não tocaram a sineta que habitualmente chamava para abrirem os portões do caminho de acesso dos automóveis.
Subi a breve escada que ali existe.
Ao fundo do pátio, onde se encontra a capela, as portas desta estavam abertas.

De frente para o altar, a sós com Deus, Salazar cuidava da toalha, e das flores e das velas.
Pensei que não tinha o direito de surpreender esta intimidade.
Regressei vagaroso pelo mesmo caminho.
Pedi para tocarem a sineta.

Quando voltei a subir a breve escada do pátio, já ele estava sentado na sua velha cadeira, mergulhado nos negócios do Estado.
Era a imagem de um homem de fé segura, sabendo que haveria de prestar contas.
A brevidade da vida iluminada pelos valores eternos.

O poder ao serviço de uma ética que o antecede ascende e transcende.

Acrescento outra imagem desse tempo.
Recordo os discursos, as notas, as entrevistas, as declarações, em que sucessivamente definia a doutrina nacional de sempre para a crise da época.
Tudo escrito pela sua mão.

Mas depois, não obstante a urgência e a autoridade pessoal, tinha a humildade de chamar os colaboradores e, em conjunto, discutir, e emendar.
A grandeza natural, de quem pode aceitar os outros, sendo sempre o primeiro.

E assim foi exercendo o seu magistério.
Com fé em Deus e recebendo agradecido os ensinamentos do povo.
Porque nunca pretendeu sabedoria superior à de entender e executar o projecto nacional.
E nunca quis mais do que amar até ao último detalhe a maneira portuguesa de estar no
Mundo, preservando e acrescentando a herança.

O Ultramar foi a última das sua preocupações maiores.
Como se, ao crescer em anos e diminuir em vida, quisesse guardar todas as energias para sublinhar a essência das coisas. Todos os cuidados para a trave mestra.
Doendo-se por cada jovem sacrificado.
Rezando, e esperando que o sacrifício fosse atendido e recompensado.

De joelhos perante Deus e de pé diante dos homens. Humilde com o seu povo, orgulhoso perante o mundo.

Assim viveu, acertando ou com erros, mas sempre autêntico.
Com princípios.
O único remédio conhecido contra a corrupção do poder.
E muito principalmente quando se trata de um poder carismático, como era o seu caso.

Um desses homens raros que a fadiga da propaganda não consegue multiplicar.

Porque ou as vozes vêm do alto ou não existem.
Não há processo de substituir o carisma.
Por isso, também, essa luz, que tão raramente se acende, é toda absorvida pelo povo, o único herdeiro. Soma-se ao património geral. Inscreve-se no livro de todos. Pertence à história. Transforma-se em raiz.

(*) Transcrito do site “A VOZ DO POVO” – Brasil.
NOTA: Os negritos são da responsabilidade de SENADO NEWS.
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Sunday, December 02, 2007

EMIGRAÇÃO DOS PORTUGUESES (III)


Carta Alentejana
(*) José Pegado
As Cartas Alentejanas – porquê e para quem? – servem de pretexto para manter contacto com um reduzido grupo de amigos que entendem o Português e constituem uma maneira de eu manter alguma fluidez de escrita nesta língua uma vez que a maioria das peças desde há muito por mim escritas são em Sueco ou Inglês.

Para mim escrever implica, como já tive ocasião de expressar, uma forma preferencial de diálogo pois que desse modo ao(s) meu(s) interlocutores qualquer hipótese de interrupção ou contradição.

Estou convencido de que só escreve quem pouco fala e muito lê.

Escrever em Português não é fácil, particularmente por alguém que durante 30 anos foi sujeito a outras culturas e que lendo muito, raramente o faz sobre textos em Português que possam contribuir para melhor cultivo e prática da língua materna.

Durante a fase profissional activa as leituras técnicas e a maioria das peças escritas concentravam-se no Inglês ainda que muitas vezes numa variante que se poderia chamar de Interinglês, que cada vez mais se pratica, e que os nativos de Albion terão de muitas vezes aceitar de olhos e ouvidos bem fechados.

Os livros de minha preferência são todos os bem escritos com excepção de romances amorosos de exploração emocional, de filosofia religiosa de aconselhamento espiritual e de poesia em formato rimado. Detesto ler traduções mal feitas.

Ler em Português acontece, não é fácil pois de uma forma geral a língua é pesada.

Li várias obras de Saramago quando este foi premiado com o Nobel da Literatura e não desgostei.
Já antes tinha lido Fernão Mendes Pinto que também me obrigou a entrar num certo ritmo mas gostei.
Na minha juventude, talvez por ser na altura fruto proibido, li várias obras de Jorge Amado, em que a versão brasileira do Português de Portugal se mostrou interessante pela temática social, pela poesia na formulação de ideias, talvez mesmo pela liberdade apresentada a quem acabando de ser causticado nos bancos escolares por dissecadores gramaticais que, esgravatando no corpo e alma dos textos de então consagrados autores Portugueses, conseguiram criar uma atitude de desinteresse, por vezes de aversão.

Muitos anos mais tarde deliciei-me com a leitura de uma pequena maravilha “O meu pé de laranja lima” de um outro brasileiro, o José Mauro de Vasconcelos.

Não será verdade que leio vários livros ao mesmo tempo, mas mantenho muitas vezes em fase de leitura dois ou três livros daqueles que não nos prendem, com os quais não há pressa em chegar ao fim.
Uns são de contos ou crónicas que pela crueza de cada episódio podem esperar a chegada da hora certa para nos ilustrarem; outros contêm normas e regulamentações que se faz bem em conhecer mas que pela sua prosa tórrida não permitem prolongadas refeições.

Destes últimos tenho vagarosamente lido um livrinho de João de Araújo Correia denominado “A Língua Portuguesa”, um colectânea de crónicas de um nortenho, incansável lutador da pureza da língua-mãe e acérrimo antagonista das tropelias linguísticas praticadas em terras de mouros, ou seja em Lisboa.
Esquece JAC que os analfabetos lisboetas são na sua maioria emigrantes vindos do norte e nordeste do território e que para cá trouxeram os seus vocábulos, as suas fonéticas e a sua ignorância.

Diz JAC muitas verdades, chama atenção para erros fonéticos e gramaticais qual epidemia que depressa se espalhou pela população nativa e outra, mas é repetitivo e chato.
Vou lutar até ao fim.

As sociedades evoluem e as línguas também.

Manter hoje fechada a língua tal como falada e escrita no virar do século XIX ou XX seria uma atitude isolacionista não só inqualificável como também totalmente inoperante.

Bastaria que JAC um dia cogitasse sobre a língua tal como praticada em Portugal na Idade Média ou mesmo hoje por grande parte da população analfabeta para que se inteirasse da enormidade das suas teses.

A função básica da fala e da escrita foi e continuará a ser a de uma ferramenta de comunicação.

A poesia da língua Brasileira é sem dúvida produto de uma mestiçagem e não haverá, felizmente, nem tratado nem reforma que ponham travão na sua liberdade evolutiva.

(*) Engenheiro Electromecânico formado no IST, em Lisboa; e na Universidade de KYH em Estocolmo.

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