José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Sunday, October 19, 2008

EMIGRAÇÃO DOS PORTUGUESES (XII)


Carta da Suécia.
(*) José Pegado

Vou dedicar umas linhas contando, por ordem cronológica, como aqui chegamos e como ocupamos o nosso tempo.

– Um emigrante Luso-Sueco
Vim aqui parar, Finspang, no dia 22 de Dezembro de 1953, uns poucos dias antes do Natal e a pouco mais de uma semana do fim do ano, de comboio, através de uma grande parte da Europa.
Antes do início da viagem houve que tratar de arranjar passaporte o que na realidade se conseguiu tudo Governo Civil em Lisboa e sem grandes dificuldades.
Houve certamente que preencher formulários, de provar o cumprimento de serviço militar, de entregar duas fotografias e alguns escudos e justificar a razão de tal pedido pois nessa altura um passaporte era coisa que nem todos tinham.

A justificação era a carta de chamada emitida por uma empresa Sueca onde se confirmava que eu tinha sido aceite para fazer o meu trabalho de especialização e Termodinâmica Aplicada junto de Svenska Turbin Aktiebolaget Ljungstrom em Finspang.

Estava tudo perfeitamente em ordem e uma semana mais tarde foi levantado o almejado passaporte e recordo-me que uma das perguntas feitas pelo funcionário era de como eu iria viajar para a Suécia e tendo eu respondido que seria de comboio resultou que o meu primeiro passaporte foi emitido com validade limitada a Espanha, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Suécia.
Claro está que tal passaporte de validade restrita a estes 7 países viria mais tarde a causar-se sérias dificuldades mas eu nessa altura não estava ainda de olhos postos no resto do mundo.

Com apenas uma ligeira pequena maleta de lona onde no entanto não faltavam agasalhos dignos de uma expedição ao Polo Norte saí da Gare do Rossio em Lisboa a bordo do Rápido para Paris por volta da meia noite de 19 de Dezembro.
Nunca tinha feito tão longa viagem de comboio sentado (não havia dinheiro para Wagons-Lits) durante 54 horas. Felizmente que nessa altura do ano e nesse comboio havia poucos viajantes e ainda menos ladrões.
Também, mais tarde, nunca mais viajaria tantos quilómetros sobre carris.

Depois da chegada a Paris na gare de Austerlitz tive de me transladar para a Gare du Nord para poder embarcar noutro comboio que acabou por me depositar na Suécia, na Gare de Norrkoping pela 6 horas da manhã de 22 de Dezembro de 1953.

Estava noite escura, fazia frio e havia bastante neve.

Neve que eu só tinha visto uma vez antes em Lisboa em meados dos anos 40 quando ainda frequentava o liceu Pedro Nunes – nessa manhã caiu sobre Lisboa e durou poucas horas – no entanto o suficiente para que muitos lisboetas súbita e inesperadamente se encaminhassem para as terras do que mais tarde seria o Parque de Monsanto e aí se envolvessem em guerras de bolas de neve.

Tomei um táxi.
A minha namorada Suéca, Elly, com quem mais tarde vim a casar, estava nessa altura em serviço no hospital e não havendo comité de recepção cheguei a Albrektsvagen 16 que eu sabia ser o seu endereço da família.

Claro está que os contactos iniciais não foram fáceis pois os pais falavam apenas Sueco e só um dos irmãos arranhava o inglês suficiente para nos entendermos mas boa vontade não faltava e fui muito bem recebido.
Ao fim da tarde chegou finalmente a Elly ao lar que foi para mim o prémio do esforço de toda a viagem.

Foi também o meu primeiro Natal Sueco e pena tenho de não poder reviver com facilidade todas aquelas sensações iniciais com tanta coisa nova e diferente à minha volta.

Era a paisagem, a temperatura, a comida, as horas das refeições, as caras novas, toda a gente mais alta do que eu, o caminhar do trânsito de viaturas sobre a neve, a conversão entre Escudos e Coroas Suecas, mas principalmente a curta duração da parte do dia a que se chama dia.
Nessa altura do ano as noites começavam por volta das 15:30 e no dia seguinte o Sol não aparecia acima do horizonte antes das 09:30, isto é, quando aparecia pois uma das sensações é a de se estar mergulhado dentro de um aquário de águas cinzentas.

(*) Engenheiro Electromecânico formado no IST, em Lisboa; e na Universidade de KYH em Estocolmo.

EDITORIAL
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