José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Saturday, July 19, 2008

A NOVA ESCOLA (II)


(*) José Pegado

Aqui a dona de casa, a quem as doutrinas paternalistas não permitem confiar mais do que tostões para as despesas do dia, terá de incorrer a promessas de pagamento se quiser ter comida na mesa para a família e o mesmo ocorre evidentemente com o director escolar que, sem dinheiro na gaveta, deverá rapidamente aprender a nobre arte de iludir funcionários e fornecedores.

Qualquer chefe de projecto, seja ele de uma obra a realizar ou de um estabelecimento de ensino a dirigir, tem a obrigação de saber que nenhuma obra pode ser profissionalmente executada sem orçamento, organização, planeamento, recursos humanos, materiais e financeiros, e autoridade local para atempadamente movimentar todos esses recursos.

A um chefe de projecto confiam-se-lhe os recursos, confere-se-lhe a autoridade e exige-se-lhe não só a realização do projecto como também a apresentação de uma imprescindível contabilidade.
Houve tempos e situações em que o imperador quando acossado por maiores pressões não hesitava no envio de soldados e oficiais para frentes de combate mesmo sem botas, rações, armas e munições.

Uma segunda faceta da tragicomédia escolar envolve como não podia deixar de ser o corpo docente.
Professores, administrativos e serviços são quadros necessários para o correcto funcionamento de qualquer estabelecimento escolar.
No que respeita ao corpo docente haverá que distinguir entre os elementos permanentes do quadro que gozam de direitos e privilégios adquiridos e outros temporariamente contratados aos quais o sistema simplesmente lhes nega o direito a manter uma família unida.
Estes últimos encontram-se sujeitos a decisões informáticas a partir de candidaturas submetidas do que frequentemente resulta o desmenbramento de famílias projectando o contratado para postos de trabalho longe de casa e dos seus.

Os resultados da aplicação deste sistema de contratações são maléficos e maldosa é a actuação dos governantes que insistem na manutenção do sistema.

A terceira componente envolve o corpo dos estudantes que pela sua juventude e inexperiência facilmente abusam do mau sistema que lhes é servido.
A criança que inocentemente entrou no jardim-escola aprende em poucos anos a abusar e a ser abusada e a primeira professora por quem se apaixonou passa subitamente a ser alvo de gracinhas de mau gosto e de falta de respeito.
As chamadas pressões de grupo levam a indesejáveis comportamentos e mesmo a agressões verbais e físicas ao mesmo tempo que desconhecimento da natureza humana e a introdução de novas filosofias e tecnologias permitem abusos de toda a espécie em desrespeito do direito de acesso do cidadão a uma formação escolar básica.

Temos hoje salas de aula (locais de trabalho), onde aos estudantes é permitido ou tolerado o uso de roupas, de aparelhagens audiovisuais e de armas e outros objectos fora do contexto mas de evidente significado social.
Temos hoje salas de aula onde imperam indisciplina e agressividade inaceitáveis em qualquer outro vulgar posto de trabalho. Tudo aponta para que grande parte dos estudantes de hoje não aceitam porque não entendem a razão da sua presença na escola.

O problema, não é da escola, nem da polícia, nem dos psiquiatras, nem do governo.
O problema, é da sociedade em geral que incompetentemente delega responsabilidades a quem não pode, não sabe, ou não as quer cumprir.
O problema, é de facto muito maior do que a que transparece dos lamentáveis excessos que diariamente ocorrem nas nossas escolas.
O problema, é uma questão de concorrência, uma questão de sobrevivência como já apontei.

Entretanto continua mais do que evidente que em Portugal não se pode efectuar a “nomeação de um chefão”, seja ele ministro ou director geral, sem uma cerimónia oficial presenciada por altos dignitários civis, militares e quiçá religiosos, todos eles bem vestidos, erectos e poderosos, concordando com os discursos da praxe e testemunhando o seu apoio para tudo o que de novo e bom para a nação irá resultar da dita nomeação.

Só que o nomeado, seja ele um simples director executivo escolar, sabe de antemão que o projecto para o qual foi convidado a chefiar não terá viabilidade pelo simples facto de lhe não confiarem a caixa do vil metal.
E se tal não sabe, não vai demorar muito para que descubra que todo e qualquer pagamento a funcionários e fornecedores será sempre sujeito a uma diabólica mecânica administrativa do que resultam atrasos e prejuízos de toda a ordem e para todos.

O problema reside em que nomeações honoríficas não podem substituir as simples funções operativas.
Chefes de projecto honorificamente convidados para qualquer função só podem dar asneira.

No entanto, mais fácil do que resolver problemas sempre foi falar deles e será possivelmente por esta razão que a situação recentemente vinda ao conhecimento geral através da televisão e dos jornais deu aso a que um grande número de entendidos e envolvidos se debruçassem sobre a grave falta de disciplina e de civismo no seio das nossas escolas.

Trata-se na realidade da nossa Nova Escola, mas também da nossa Nova Sociedade, da nossa cobardia colectiva, da inocência dos bem-aventurados, da falta de conhecimentos e de uma cegueira imposta.

(*) Engenheiro Electromecânico formado no IST, em Lisboa; e na Universidade de KYH em Estocolmo.

EDITORIAL
Temas e Debates

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