José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Monday, August 01, 2005

LIBERDADE O QUE É?


(*) Belmiro Vieira

No início da década de trinta do último século, visitou, durante alguns dias, o nosso país o filósofo alemão Hermann Keyserling, o fundador da chamada Escola da Sabedoria, onde se ensinava, entre outras coisas, que o homem do futuro seria uma simbiose do sentido prático e racionalista do Ocidente com o tradicionalismo e a profundidade espiritual do Oriente. Visita concluída, um jornalista lisboeta quis saber dele o que mais o havia impressionado nesse seu contacto com os portugueses. A resposta foi dada nestes termos:

«O que mais fere a atenção de um visitante estrangeiro é, sem dúvida, a propensão que os portugueses soem manifestar para a adopção do superlativo, tanto ao que dizem como no que fazem, ignorando assim o meio termo que, como diziam os sábios romanos, é onde se situa a virtude . É isso aliás que os diferencia da maioria dos europeus».

Acertou em cheio o filósofo alemão. Efectivamente, o individualismo exarcerbado que herdou do antecessor lusitano, leva com frequência o português a privilegiar mais o que é instintivo que o racional. E, como é facilmente comprovável, quando a razão escasseia e o instinto sobra, quase sempre se impõe o exagero que leva aos extremos.

Um exemplo prático disso temo-lo nesse surpreendente “não te rales” com que a maioria dos portugueses tem aceitado os sucessivos desgovernos das últimas três décadas, responsáveis em grande parte pela “crise” de que ora tanto se fala.

Essa propensão para atitudes superlativas, que não é exclusiva das chamadas classes baixas ou populares, já que as elites também soem pecar, reflecte-se bem na forma como entre nós foi e é entendida a democracia restituída no “25 de Abril”. E quem tiver dúvidas que dê uma olhadela, põe exemplo, para que reflecte a uma comunicação social, onde umas vezes se diz tudo e outras vezes nada.

Querem um exemplo prático? Pois aqui o têm: Um professor universitário, muito conhecido, por ter estado em São Bento e andar a sonhar com Belém, enquanto realiza incursões regulares na Comunicação Social, falando há pouco a um grupo de jornalistas, com ele reunidos num jantar de solidariedade, exaltou a importância da liberdade de opinião na Comunicação Social, que caracterizou desta forma:

«Faz parte da liberdade de expressão dizer o que se quer e quando se quer e também escolher o silêncio».

Sinceramente, discordamos em absoluto da afirmação produzida. Estamos em crer que o professor se deixou entusiasmar pelo calor da homenagem que na reunião lhe foi prestada e não meditou na enormidade do que afirmou.

Dizer o que se quer e quando se quer significa usufruir de liberdade plena e absoluta, que deixou de ser tolerável a partir do momento em que os homens passaram a viver em sociedades. O que os condicionou de vez, como se acentua na célebre e sábia máxima de Descartes:

«A liberdade de qualquer indivíduo termina onde começa a do seu semelhante».

A Comunicação Social não consente excepções a essa regra. Isto para não falar de outras, que lhe são específicas, entre as quais se destacam a que exigia Charles Havas, o fundador da actual “France Press”:

«Informar com rapidez, sim, mas sobretudo com verdade».

E essa outra, da autoria do Cardeal Herrera, fundador do prestigiado mas já desaparecido”Ya” de Madrid que se exprimia desta forma:

«Nem tudo o que acontece é notícia; e mesmo que possa ser notícia, haverá sempre que ponderar sobre o tempo e a oportunidade da sua publicação».

(*) Jornalista

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