José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Thursday, April 02, 2009

O SOLDADO MILHÕES


(*) Mendonça Júnior

Em 22 de Outubro de 2005 publiquei aqui, no SENADO NEWS um dos meus quatro blogues, um longo artigo intitulado IDIOSSINCRASIAS DOS PORTUGUESES.
Objectivo foi tentar esclarecer a verdade histórica da «raça lusa» em termos de “como eramos” contrapondo ao hoje “como somos”.

Em defesa desta diferença exemplifico-a com a GUERRA – onde a espécie humana revela, ao mais alto grau, a nobreza das suas possibilidades de sobrevivência – através de dois acontecimentos vividos pelos portugueses.

Como eramos: refere-se «Aos tempos de antanho: «… desde a fundação do nosso querido país em 1143 até pouco mais de metade do século XVI – da era do ouro, do marfim, das especiarias e da expansão da Fé Cristã – os portugueses eram valentes, determinados, orgulhosos e tementes de Deus. A tal ponto que expandiram Portugal do Minho a Timor….»

Subitamente a partir dessa data a quase totalidade da raça lusa “morreu” para o oposto em tais termos que «…Portugal de hoje ocupa o último lugar de quase todos os índices dos países da Europa…»

Cheguei à conclusão que essa diferença tem um fundo genético proveniente de uma catastrófica perda resultante da batalha de Alcácer Quibir em 1578 - um dos desertos do Norte de África – onde «…a raça lusa de antanho…» se perdeu.
Ninguém regressou da Luzidia Armada que Dom Sebastião levou para lá combater os “infieis”.

Por cá ficaram os juvenis e os dos ventres maternos:
Graças a estes, que calculei em cerca de 5% dos actuais portugueses, inclusive os que decidem emigrar, posicionam-se os melhores do panorama mundial e são os grandes responsáveis pela sobrevivência de Portugal.
Há os de todas as classes sociais e de todas as profissões.

Dentre nesses 5% apontamos o exemplo de Aníbal Augusto Milhais:
Homem baixo, 1 metro e 55 centímetros. Testa inteligente. Olhar penetrante Rosto simpático com farto bigode semi-grisalho.
Chegada a hora da tropa foi incorporado no regimento de Chaves.
Em 1917 partiu para a frente de combate.
Um ano depois, chegava o grande momento, o da batalha de La Lys, em Flandres.

O dia preciso: 9 de Abril de 1918.

Rezam as crónicas que uma força a portuguesa se viu atacada pelos alemães.
A nossa força chegou a ser destroçada e a situação era a pior possível.
Muitos portugueses foram mortos e os sobreviventes obrigados a retirar.

O soldado Milhais viu-se sozinho numa trincheira e, então, ergueu-se de metralhadora Lotz, em punho, e varreu uma coluna de alemães que vinham em motocicletas.
Terá feito o mesmo às colunas de “boches” que entretanto surgiram.
Parece que os alemães terão julgado que, em vez de um camponês sozinho, enfrentavam um fortíssimo regimento de portugueses e ingleses.
Mas, afinal, era apenas Milhais e a sua querida «Luísa», nome da metralhadora.
O acto isolado deste soldado permitiu aos aliados tomar posição trinta e tal quilómetros mais atrás.

Chegado ao acampamento, Milhas foi efusivamente abraçado pelo seu comandante o general Tamagnini de Abreu e Silva:
«Tu és Milhais, mas vales Milhões».

Por causa deste feito Milhões recebeu a Ordem de Torre e Espada de Valor Lealdade e Mérito, em Isberg.

Perante o soldado, que no fundo, era apenas um homem simples e grande contador de histórias, desfilaram «em continência» 15 mil soldados aliados. Depois de terminada a Guerra, o soldado recebeu outras condecorações portuguesas e estrangeiras.

Como somos: o segundo acontecimento teve lugar na « Grande Guerra de 14/18. Houve várias revoltas da tropa do Corpo Expedicionário Português-CEP, quando recusava reocupar a frente dos aliados, que estava à sua guardada, depois de derrotadas nas decorrentes batalhas…».

Reporto a mais grave:
«…o Batalhão de Infantaria 7 que se entrincheirou defensivamente nas casas das aldeias onde estava estacionado. De lá tiveram de sair, desarmados, depois do general Tamagnini os ter cercado e mandado que a artilharia tomasse posições para bombardear as casas. Pelas 17H00 os revoltosos entregaram-se. O Batalhão foi dissolvido e os militares transportados em camiões para Nouex-les-Mines onde passaram a constituir um depósito disciplinar.

Em 9 de Abril os alemães atacaram a 2ª Divisão que vencida, nessa bolsa criada na frente, por tropas inglesas. Nessa madrugada e manhã fatídicas para o Exército Português houve uma quantidade exagerada de 6.585 prisioneiros portugueses em relação a 614 mortos.

Em 22 de Abril o comando do 1ºExército britânico decidiu unilateralmente dispensar as tropas do CEP.

Como eramos: refere-se aos “Davides” que já fomos…
Como somos: refere-se aos “Golias” que agora somos…

Perante estes dois exemplos creio ter justificado a culpa da GENÉTICA.

(*) Coronel de Cavalaria

As minhas fontes
- Suplementos editados pelo Diário de Notícias intitulados «Portugal, Grande Guerra, 1914-1918, 85 anos da batalha de La Lys.
- O soldado Milhões crónica editada pela na revista «COMBATENTE» de Setembro de 2008, página 23, edição 345.
- As figurações entre aspas «…» e em itálico são respeitantes a algumas passagens mais sugestivas.

EDITORIAL
Temas e Debates
– Mendonça Júnior, e-mail: mendoncajunior24@gmail.com
– Senado News, site: http://senadonews.blogspot.com/ e-mail: senadonews@gmail.com
– União Ibérica, site: http://uniaoiberica.blogspot.com/ e-mail: uniaoiberica.federacao@gmail.com
– Liga da Amizade Luso Espanhola-LALE, site: http://ligaamizadelusoespanhola.blogspot.com/ e-mail: mailto:lale.federacao@gmail.com

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