José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Thursday, March 19, 2009

UM DISCURSO DEPLORÁVEL

(*) A Valdez dos Santos
Pronunciou, em 7 de Maio de 1978 na sessão POLÍTICA DO PDC no Coliseu dos Recreios, um inesquecível discurso aqui condensado pelo SENADO NEWS.

« Em política, desde que Mundo é Mundo, não são as palavras que contam; são as realidades. Contam os resultados que se apuram pela comparação entre o ponto de partida e o de chegada. Entre a situação que se recebeu e aquela em que se está. Conta, ao fim e ao cabo, o que se fez e não o que se disse ou prometeu fazer».

Em Abril de 1974, Portugal estava no limiar da industrialização: meio milhão de toneladas de aço, dez milhões de KWh de energia, três milhões e trezentas mil toneladas de cimento, por ano, e uma indústria química e metalomecânica em rápido desenvolvimento.

Para o começo dos anos oitenta, tendo em conta os investimentos em curso – extrapolando, como dizem os economistas – as previsões de produção eram de 1.500.000 toneladas de aço mercê da entrada em laboração da Siderurgia do Norte, cinco a seis milhões de toneladas de cimento, quinze milhões de toneladas de petróleos refinados, dezoito a vinte mil milhões de KWh de electricidade, a par de poderosas indústrias químicas, metalomecânicas, de construção e reparação naval e, inclusive, uma indústria automobilística de nível europeu.

Nas infraestruturas, estava em curso um programa de remodelação dos caminhos de ferro e fora iniciado o plano de construção de auto-estradas que nos teria permitido, já hoje, ir de Setúbal ao Porto por via rápida.

A nossa marinha mercante, que ultrapassara o milhão de toneladas de arqueação bruta prometia duplicar no fim da década dos anos setenta com o programa de construção em plena realização e os TAP esperavam colocar-se, mais ano menos ano, entre as vinte e cinco maiores companhias de navegação aérea do Mundo.

O escudo era uma das poucas moedas fortes europeias, apoiado numa das maiores reservas monetárias de ouro – igual à produção de um ano em todo o Mundo livre – e a nossa reserva de divisas cobria o presumível saldo negativo da balança comercial durante dois anos.

Nem tudo, naturalmente estava bem no regime anterior.
Muitos reparos lhe poderiam ser feitos e muitos, efectivamente, se lhe fizeram.
No ponto de vista social eram legítimas muitas divergências; mas sob o ponto de vista nacional, não.

Sem o 25 de Abril, Portugal seria hoje um país grande e próspero. Ninguém pretende que fosse o país das maravilhas. Mas era um grande império espalhado por quatro continentes, de clima económico europeu, capaz de oferecer a todos os portugueses, na Metrópole como no Ultramar, um futuro de segurança e abundância na dignidade.

No trabalho, sem dúvida; no capitalismo por certo. Mas sem desemprego, sem andar a pedir esmola, sem indignidade nacional, sem a vergonha de ser o exemplo, em todo o Mundo de um governo que não sabe governar e uma administração que se não deve ter.

Faltava-nos um pouco mais de democracia? Sem dúvida nenhuma.
Mas a justiça não era posta em causa. Não havia saneamentos nem ocupações. A vida e os bens dos portugueses, de todas as etnias e em todas as parcelas nacionais, estavam assegurados.

As liberdades sofriam, por vezes, uma repressão desnecessária.
Não tínhamos partidos nem greves. Mas tínhamos homens de Estado, competentes, homens honestos e dignos. Não ensinávamos Max nas escolas. Mas a droga era quase desconhecida, a criminalidade era muito baixa e a família preservada da destruição para que hoje as leis e os novos costumes a quem empurrar.

Não entregavam territórios. secularmente portugueses, a potências estrangeiras, e não destruíam a riqueza nacional apenas por razões de ordem política ditadas por interesses alheios.
Defendíamos as províncias ultramarinas, mas não fomentávamos a luta de classes dentro das fronteiras. E a sombra da guerra civil, que hoje se perfila no nosso horizonte político, ninguém a vislumbrava então.

Foi este o ponto de partida. Foi aqui que o 25 de Abril arrancou.

Foi de um Portugal em progresso que o «Financial Times» apontava em 1973 como o país do milagre económico europeu dos anos oitenta. Um país que nos orgulhávamos, e que por todos os mais era respeitado como exemplo. Um país de passado glorioso, que tinha um presente tranquilo e um futuro promissor.

Que ficou desse Portugal e dos 25 milhões de portugueses que eramos, passados quatro anos de «democracia a caminho do socialismo»?
Somos uma Pátria destroçada e arruinada, reduzida a um pequeno país, que olha para o presente com desalento e para o futuro com angústia.

Cem mil quilómetros quadrados, escassos recursos agrícolas, um subsolo muito pobre, uma costa pouco piscosa, sem energia, sem matérias-primas, sem capitais – que foram delapidados – e sem técnicos, que foram saneados e perseguidos.

A balança comercial fechou no ano passado com um saldo negativo de 112 milhões de contos. As perspectivas para a balança de pagamentos são da ordem de 60 milhões negativos e o «deficit» do orçamento é de outros tantos 60 milhões de contos.
Somados, nestes quatro anos, os saldos negativos da balança comercial excedem 300 milhões de contos, o da balança de pagamentos 150 milhões de contos, absorvendo a quase totalidade das reservas monetárias do país.
O «deficit» orçamental, também acumulado, vai além de 200 milhões de contos elevando a dívida pública a cerca de 300 milhões dos quais menos de 200 milhões de contos ao estrangeiro.

Este é o ponto de chegada.

É o aterrador ponto de chegada de quatro anos de governo de esquerda de que o país, tarde ou cedo, tem de encarar frontalmente as consequências dentro dos parâmetros económicos em que vivemos.

Reservas monetárias estão completamente esgotadas, ou quase, a inflação que, sendo de mais ou menos dez por cento ao ano era tido, antes, como elevada, excedeu 30% no ano passado e vai ultrapassar quarenta por cento este ano. O escudo perdeu 30 a 40 % do seu valor em pouco mais de um ano.
O crédito de Portugal nos mercados internacionais é de tal modo baixo que para obter 50 milhões de dólares do FMI teremos de nos submeter às suas exigências quanto a pontos fundamentais de governação interna.

Os responsáveis por esta situação são do conhecimento de todos.

Onde estão os caminhos honrados que nos hão-de conduzir ao respeito por nós mesmos dentro de uma suficiência feita à custa de trabalhos e sacrifícios?
Uma política consciente tem sempre, como as medalhas, duas faces – a crítica do se fez e as medidas que importa tomar para, na medida do possível corrigir os erros cometidos.

A resposta é a verdade que o país quer ouvir. Nem tudo está perdido. Mas, necessariamente, a resposta está fora do sistema e de todos aqueles que colaboraram com ele».

(*) Um notável e memorável já falecido advogado, que a seu tempo, foi dono e fundador do Jornal Português de Economia e Finanças.

EDITORIAL
Temas e Debates
– Mendonça Júnior, e-mail: mendoncajunior24@gmail.com
– Senado News, site:
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