José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Friday, March 13, 2009

ANGOLA (I), continua:


(*) Sá Carneiro
(Memorandum ao 1º Ministro, quando do meu regresso de Angola)

A DIFICIL OPÇÃO
– I –
Estávamos nos fins do Século XIV
e, extinta a nossa primeira Dinastia, começava a esboçar-se uma nova era, a qual teria forçosamente que ser diferente de tudo o até então experimentado. Os últimos moiros já tinham sido, desde há muito, varridos das Praias Algarvias e as Fronteiras norte e leste estavam quase definitivamente demarcadas.
O Território era todo nosso.

O Futuro parecia sorrir ao pequeno Portugal, ainda jovem de pouco mais de 200 anos.

Mas, de modo inesperado e algo dramático, começa a constatar-se que esse Território, tão sofrido e almejado, não era afinal suficiente para sustentar o escasso milhão de Portugueses que eramos naqueles tempos.
Para os Moiros tinha chegado! Mas os Moiros não eram muitos, e capazes de fazer agricultura até no próprio deserto. Porém para nós, com fraco saber agrícola e pobre apetrechamento, não chegava concerteza.

Terras na verdade férteis, só os vales do Mondego e do Tejo, e as planuras de estuário do mesmo Tejo e do Sado. Mas essas eram as justamente necessárias para o Trigo, para o Pão de Cada Dia.

Outras culturas?
Já os Vinhedos, os tinha mandado o nosso avisado rei D.Dinis para as encostas do rio Douro, originando uma empresa, épica e sacrificada, somente comparável aos arrozais de montanha da China e do Japão.
Gado, só miudo.
Para o grosso os pastos eram fracos, pois que as chuvas foram sempre irregulares.
Pescas? Tinham pouca expressão naquela época. Como agora, por outros motivos, nos torna a acontecer.
Riqueza Mineira? Os romanos, 1.500 anos atrás, haviam-na praticamente levado ao esgotamento.

E, face a essas razões, deparámo-nos, pela primeira vez, com o crónico Dilema Nacional.
Por mais voltas que se dessem, só dois caminhos se ofereciam. Duas restritas Opções:

A – Contemporizar com Castela, aceitando a tendência, que começava a desenhar-se, para um movimento unionista que, um século depois, sob os Reis Católicos, iria culminar na coligação de quase toda a Península ao redor dessa mesma Castela. E a que, perdido aquele momento de opção, teríamos fatalmente que aderir, até face à séria Teoria de que, geográfica, demográfica e economicamente, eramos nós parte integrante da Espanha (Ou seja da Hispânia, ou Ibéria, ou como se queira dizer).

B – Tomar os Rumos dos Mares, na procura das Terras do “outro lado”.

E a escolha fez-se ! E foi, como é sabido, a da Revolução de 1383 e, 2 anos depois, ainda muito mais grave e decisiva, a da BATALHA DE ALJUBARROTA.

A DIFICIL OPÇÃO tinha sido tomada!

Trinta anos decorridos estávamos em Ceuta, em demanda do Trigo do Reino de Fez, que sabíamos abastecer a ainda moira Andaluzia, já quase toda cercada pelos reinos cristãos.
Porém o trigo tomou outros caminhos, e assim Ceuta se transformou num fiasco, bem como todas as Praças, depois conquistadas, na Costa do Marrocos.

Mas que seja permitida uma correcção:

É que na verdade nem tudo foi fiasco.
Pois que há que excluir os instrumentos náuticos árabes; astrolábios, agulhas de marear, tábuas e almanaques, a que tivemos acesso nas embarcações apreendidas nos portos e costa do Marrocos, e que nos permitiram a navegação cientifica do Atlântico, tal como os árabes, dois séculos antes a tinham feito, nas suas epopeias do Indico e do Pacifico.

Mas íamos sempre navegando para sul, e acabámos por chegar à Costa da Mina (hoje mais ou menos a Nigéria).
E aí sim! Tínhamos chegado às riquezas! E de lá começamos a trazer o oiro e o marfim.
Mas também a colaborar, com europeus e africanos, num outro comércio, corrente e natural naquela altura, porém hoje “de muito triste memória”.

E depois foi a Guiné, e Angola!
Mas, à época, pouco valor se dava a essas terras. Não estávamos propriamente à procura de plagas quase virgens, mas sim de Países mais ricos e desenvolvidos do que o nosso, capazes de nos fornecer tudo aquilo que não tínhamos.

Dobrado o Cabo, chegámos às Índias! E então, nesse 2º século de Expansão Ultramarina, das Índias fomos vivendo! (Extrema riqueza para alguns! E muita amargura para outros).
Até aos dias em que holandeses, e depois ingleses (nossos aliados) nos escorraçaram das melhores posições.

Mas, impedidas as Índias, saltámos para o Brasil, até aí quase esquecido, e nesse Terceiro Século Ultramarino foi, como se sabe, do Brasil que nos valemos.
Todavia, com a independência brasileira, surge a ameaça de também essa fonte vir a acabar, fatalmente ressequida. Entretanto e surpreendentemente, mediante certos arranjos de tenças e pensões de família e um comércio de preferências tradicionais, foi ainda o Brasil capaz de nos ir amparando, por mais uns tempos, até à proclamação da sua República.

Quando finalmente tudo se acabou, olhámos em roda. E o que restava? A África!
Sobretudo de Angola e de Moçambique poderíamos fazer outros Brasis!
E foi o que se tentou:
Mas Moçambique revelou-se afinal mais pobre do que pensávamos.
Só, muito depois, as chamadas “companhias magestáticas”, normalmente “concedidas” a ingleses, com a sua agricultura extensiva, do chá ou do algodão, para a qual nós portugueses não estávamos de todo vocacionados, se provou virem a ser realmente produtivas.

A maior distância à Metrópole também não ajudava.

Até aos últimos tempos da nossa colonização, a principal exportação de Moçambique era a da castanha de cajú, espontânea, apanhada do solo pelos garotos das sanzalas e vendida a baixo preço aos comerciantes indianos, que a expediam para o estrangeiro.

Mas e Angola?
Essa comprovou-se ser fabulosamente rica! Angola!
E foi este, quer se goste ou não da ideia, o nosso verdadeiro percurso económico.
O Milagre Português, além da expansão religiosa e civilizacional, que nunca nos poderá ser negada, foi sobretudo o de sempre ter conseguido amparar a sua economia nos sucessivos Ultramares descortinados!

Mesmo a passagem pelos 60 anos dos Filipes (Em que Portugal nunca perdeu oficialmente a sua independência, pois que o II de Espanha se chamou I entre nós.
E assim até ao fim da dinastia), não havia chegado a interromper a mecânica deste processo.
Sem as colónias teria sido altamente improvável, senão por completo utópica, a perduração, por tantos séculos, de um Portugal independente.

(*) José Antonio de Sá Carneiro – Natural de Lisboa, 1927 – Nacionalidades Portuguesa e Angolana – Despachante oficial da Alfândega de Luanda de 1952 a 1975 – E das Alfândegas Portuguesas desde 1980 – Diplomado em Serv. Marketing Management pelo SAMA de JHB – Licenciado em História pela Universidade Aberta de Lisboa.

NOTA: SENADO NEWS continua a publicar esta síntese histórica datada de 2006 pelo seu elevado grau de oportunidade relevado pela visita do Presidente de Angola a Portugal e o recíproco convite ao Presidente da República de Portugal a Angola.

EDITORIAL
Temas e Debates
– Mendonça Júnior, e-mail: mendoncajunior24@gmail.com
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