José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Tuesday, December 19, 2006

ESTE ADMIRÁVEL MUNDO NOSSO (XV)


(*) Mendonça Júnior
OURO NEGRO VIDA NEGRA: “Timor a caminho de uma independência vigiada”.

Poucas semanas antes de aquela antiga colónia portuguesa, então ocupada e anexada pela vizinha Indonésia, – ter sido oficialmente declarada um país independente com direito a ter governo próprio, – escrevi uma série de quatro artigos todos eles publicados num jornal lisboeta.

Tive assim oportunidade de recordar, de uma forma sucinta, a história dessa ilha e das suas ligações com Portugal e, muito particularmente, de referir pormenores pouco conhecidos sobre o processo da sua descolonização, pleno de “gaffes” cometidos pelos “abrilistas” cá do burgo; e igualmente de lembrar o papel determinante que o governo norte-americano de então, chefiado por Gerald Ford teve na intervenção militar indonésia que culminou numa anexação pura e simples.

No último desses artigos procurei antever o futuro de Timor e não foi difícil chegar à conclusão de que iria ser um país que no futuro seria submetido a uma estreita e rigorosa vigilância por parte dos Senhores do Mundo; e isso por parte da sua localização geográfica, na encruzilhada de interesses que se confrontam, mas também e sobretudo das reservas petrolíferas que possui, as quais, – embora não sendo gigantescas em termos de quantidade, – são no entanto cobiçadas devido à sua qualidade e facilidade de extracção.

Nessa análise feita, tive como suporte factos entretanto ocorridos, os mais significativos dos quais foram:
1– a concessão do Nobel da Paz a duas figuras da nacionalidade timorense (Ramos Horta e o bispo Ximenes Belo);
2 – a visita de Ramos Horta e Ximenes Belo à prisão de Cipinang conferenciar com Xanana Gusmão, pouco antes de ser libertado;
3 – as diligências efectuadas pelo ex-presidente norte-americano Jimmy Cárter;
4 – as diligências efectuadas pela então Secretária de Estado Madeleine Albright;
5 – as movimentações de vários deputados e senadores norte-americanos;
6 – a surpreendente visita de Xanana Gusmão a Washington e a Nova-Iorque, imediatamente após a sua libertação.

A parte final da análise é constituída por uma espécie de profecia feita nestes termos:

«Se Xanana e os seus companheiros estiverem atentos a essas condicionantes e as respeitarem, por certo que Timor irá ter tranquilidade no futuro que aí vem. Ao invés, se eles se lembrarem dos bons e velhos tempos e passarem a fazer ondas, inevitavelmente que irão ser afogados num autentico “banho de sangue”, para o qual estão sempre prontas as milícias que ultimamente se infiltraram nas regiões montanhosas do território».

O futuro veio de facto a dar-me razão: Timor esteve já há pouco tempo mergulhado em “banho de sangue”,entretanto controlado, até ver; e está neste momento submetido a uma vigilância militar, assegurada pela vizinha Austrália, país que reconhecidamente tem ligações com os que exploram ou querem explorar o crude timorense.
E tudo porquê? – ocorre perguntar!

A resposta encontra-se agora inserida numa extensa reportagem feita em Timor por um jornalista moçambicano e publicada no semanário “O Angolense”, que se edita em Luanda. Realizada logo a seguir aos acontecimentos que levaram à demissão do primeiro-ministro Mari Alcatiri. Ela contém elementos informativos profundamente esclarecedores que a vida negra que os timorenses agora sofrem é provocada pelo “ouro negro que existe no país.

A terminar e em síntese – o que a seguir se faz – transcrevo a parte mais esclarecedora dessa reportagem:

«Está em curso em Timor Leste, um golpe de estado comandado pelo presidente do Banco Mundial, o falcão Paul Wolfowitz e pelos seus “links” indonésios».

Wolfowitz foi embaixador dos Estados Unidos na indonésia e tem relações privilegiadas com os serviços de inteligência de Jacarta, que recentemente, conseguiram penetrar nos Negócios Estrangeiros e serviços secretos (Asis), australianos usando esquemas de “black-mail” para descredibilizar pessoas importantes por alegado envolvimento em casos de pedofilia.

Segundo diferentes fontes, a Woodside, a maior companhia de petróleo e gás natural da Austrália, teve recentemente uma disputa árdua com o governo de Timor.

Aconteceu algo de semelhante, recentemente, no Curdistão, o que justificou um envolvimento de tropas australianas na região.

O major Alfredo Reinaldo será o homem contratado pelos australianos para lançar a confusão em Timor, visando a alteração dos contratos com Woodside.

Segundo informações, Alfredo Reinaldo recebeu apoio e treino de negociantes de armamento australianos, com ligações à Administração Bush e a John Howard.

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro-ministro australiano, Howard encontraram-se em Washington antes do início da rebelião, ao que parece para adaptar a Timor o modelo adoptado nas Ilhas Solomon, depois de oferecer resistência militar e deixar permanecer essa assistência até à exaustão dos recursos e à declaração da falência do Estado.

(*) Coronel de Cavalaria

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