ESTE ADMIRÁVEL MUNDO NOSSO (XIII)
ITÁLIA DÁ EXEMPLOS: De um modo geral, todos os povos soem adoptar usos e costumes e exteriorizar formas de comportamento no seu dia-a-dia que permitem distinguir uns dos outros.
* Os norte-americanos, por exemplo, são conhecidos pelo seu pendor para o culto do superlativo... querem ser e julgam-se os melhores do Mundo em tudo ou quase tudo.
* Nós, os portugueses, adoramos o seguidismo... um faz, o outro imita, e cada um, como diz o vulgo, gosta de ser uma Maria vai com as outras.
* Os Italianos, por seu turno, distinguem-se pelo seu empenho em serem originais no que realizam. E, nesse particular, dão cartas, como ilustram duas notícias que nos chegam via RAI.
A primeira notícia dá conta de que acaba de ser criado na Itália, com a colaboração de várias universidades, um curso superior de culinária, com duração entre quatro e seis anos, ministrado por professores de várias disciplinas que irá comportar e com a capacidade, oficialmente reconhecida, de atribuir diplomas de licenciatura e doutoramento.
* Que saibamos, será ela a primeira universidade do género a funcionar em toda a Europa.
Além do mais – importa finalmente acentuar – a culinária é o suporte de uma das indústrias mais progressivas e pujantes não só da Itália como de inúmeros países europeus.
A outra originalidade foi o que aconteceu recentemente. Ou seja, uma jornada de greve nacional ao consumo corrente, organizada por várias associações italianas de consumidores, como sinal de protesto pela exagerada subida de preços registada nos últimos dois anos. E durante a qual os hipermercados, as lojas e outros locais de venda de produtos de consumo corrente estiveram praticamente a ver navios.
De acordo com dados fornecidos pelos promotores dessa greve, tanto os produtores como os vendedores de bens de consumo essenciais, aproveitaram o momento do câmbio da lira pelo euro, como moeda de circulação, para concretizar um primeiro e injustificado aumento de preços, que depois e ao longo desse tempo todo, foram progressivamente “engordando” sem que da parte do governo houvesse qualquer iniciativa moderadora.
Os aumentos foram de tal sorte que, no presente momento, cada família italiana, dispensa mensalmente e em média, cerca de 300 euros (60.000$00) mais do que gastava há dois anos. Isto apenas com bens alimentares correntes. Cumprida a greve, que durou apenas um único dia, os resultados foram logo conhecidos. A maioria dos estabelecimentos – “hipers”, mercearias, restaurantes, trattorias, etc – registou, nesse dia, quebras das vendas ao público superiores a um terço dos valores correntes.
Sem dúvida, que os italianos, distinguem-se pelo seu empenho em serem originais no que realizam.
(*) Jornalista
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