José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Wednesday, August 17, 2005

O GRANDE CIRCO


(*) Fernando Xavier de Brito

Desenganem-se aqueles que julguem que me vou referir ao livro de Pierre Closterman com o mesmo título ou ao outro seu livro os “Fogos do Céu” que, juntamente com os três livros de Jean Lartéguy “Os Centuriões”, “Os pretorianos” e os “Mercenários” muito contribuíram para a preparação moral dos Militares que foram chamados a pegar em Armas em defesa do Território Pátrio. Note-se que quando digo preparação moral, não me quero referir a criar coragem, pois que muitos de nós fomos voluntariamente. Quero, isso sim, referir-me ao que nos viria a suceder após finalizadas essas Campanhas em consequência da incompetência dos políticos…

O grande circo a que me refiro é outro. Também não é daqueles em que pagamos para nos irmos divertir com os nossos filhos. Refiro-me àquele que pagamos para que se divirtam à nossa custa e sacrifiquem o futuro dos nossos filhos. No circo de que vos falo ao fim de duas ou três tournées o pessoal que dele fazia parte tinha direito à reforma por inteiro e mais uns tantos ordenados por cada ano de serviço, para se adaptar à vida comum… Isso parece que acabou, os especialistas que o digam. Porque para nós, militares, temos outro conceito de servir. Tal como disse Mouzinho de Albuquerque:

“…todo o trabalho despido de interesse pessoal entra nos deveres da profissão. Trabalho gratuito sempre, porque o vencimento do militar, seja pré, soldo ou lista civil, nunca é a remuneração do serviço, por não haver dinheiro que pague o sacrifício da vida.”

Contudo, há uma coisa que é cobiça, outra que é justiça. Há alguma comparação entre o funcionário público com os agentes da PSP, guardas da GNR ou militares dos três ramos das Forças Armadas?
Se há digam-me. Por que será então que os funcionários públicos podem fazer greve e manifestarem-se e os militares não?

Disse o ministro da defesa que os militares, dado o seu estatuto, não se podem manifestar. Então onde está a democracia e a liberdade de expressão tão apregoada? Não é para todos?
O senhor ministro da defesa já viu algum funcionário público a fazer serviços de 24 horas seguidas? Estar de serviço em domingos e feriados e não receber horas extraordinárias? Qual é o desgaste físico do funcionário público comparado com o de um agente da PSP ou o de um militar da GNR a ter de fazer oito horas de patrulhas durante dia ou de noite, faça frio ou faça sol? Por favor diga-me Sr. Ministro quantos funcionários públicos já morreram em consequência do serviço? E quantos Agentes de Segurança já morreram fruto do risco da profissão? Acha que eles não têm razão em quererem uma idade de reforma diferente?

Há uns anos, atrás fazia-se grande escarcéu porque os militares tinham a gasolina mais barata cerca de três escudos, mas o que tem piada é que ninguém falava dos muitos civis, e não eram poucos, que por estarem em serviço em estabelecimentos militares, beneficiavam também dessa regalia. Ninguém referiu que os empregados da PT tinham telefone mais barato nem dos funcionários da EDP em relação ao consumo da energia. Dizem que casa onde não há pão…

Senhores políticos pensem na frase de Abraham Lincoln: “Pode-se enganar metade do povo todo o tempo e pode-se enganar metade do tempo todo o povo, mas nunca se pode enganar todo o povo todo o tempo.” Olhem que o povo anda a ser muito enganado…

Não concordo com a existência de organizações sindicais nas Forças de Segurança e muito menos nas Forças Armadas mas, infelizmente, compreendo…

É que antigamente, era ponto de honra para um Chefe e para mais, se fosse Militar, defender os interesses dos seus subordinados hoje, eles não têm Chefes que os defendam.

(*) Coronel de Cavalaria

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