José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
Esta tese é enviada por http://senadonews.blogspot.com/ podendo ser correspondida pelo e-mail senadonews@gmail.com ou pelo correio postal: União Ibérica, Av. Bombeiros Voluntários, 66, 5º Frente, 1495-023 Algés, Portugal; Tel: 00 351 21 410 69 41; Fax: 00 351 21 412 03 96.

Pesquisá pelo google.pt ou pelo sapo.pt

Wednesday, August 17, 2005

ATACAR O IRÃO (I)?


(*) MENDONÇA JÚNIOR

Em 30 de Setembro de 2004, publiquei no “O Dia” enquadrada numa série de artigos, “OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS”, uma crónica, de Yussef M. Ibrahim, editada nos Estados Unidos da América. Referia-se ela às declarações de George W. Bush sobre um possível “ataque militar ao Irão”. Declarações essas que fizeram “Caixa”, em 13 do corrente mês, nas notícias transmitidas pela televisão mundial.

Youssef M. Ibrahim – foi um conceituado correspondente do Médio Oriente para “The New York Times” quando editou aquela crónica nos “States”, em 25 de Agosto passado, sob o título:
“Ameaças podem conduzir os EUA para uma guerra que não deseja e para a qual não tem recursos”. Os seus comentários abordam pontos cruciais, com reflexos para a estabilidade, cada vez mais degradada: Ocidente-Oriente e que, aqui, se reproduzem na integra:

– É o tempo errado para os EUA atacar o Irão, criando um novo inimigo, na mais populosa e dominante força militar e cultural do Golfo Pérsico. É para isto, exactamente, que a administração Bush se está a orientar. Nas passadas semanas, funcionários da administração Bush, incluindo a conselheira da segurança nacional Condoleezza Rice, disseram que usariam quaisquer meios para parar o Irão de prosseguir planos para construir armas nucleares. Nesse sentido provocam fugas de informação, para a Comunicação Social, para bombardear zonas industriais no Irão incluindo o reactor nuclear Bushehr.

– A resposta do Irão foi rápida. O general Mohammad Baqer Zolqadr, o comandante da Iran’s Revolutionary Guards Corp, disse que se forem atacados o Irão “retaliaria em toda a parte”. Para alem disso o ministro da defesa, Ali Shamkhani, avisou que o Irão mantem o direito de opção de ataques preventivos para evitar um ataque às suas instalações nucleares. Como seria atacar Israel em 1981 – as suas instalações nucleares – o que virtualmente provocaria o alargamento da guerra no Médio Oriente.

– Nada uniria mais os iranianos moderados aos duros do que um ataque ao seu país e, acima de tudo, a destruição do seu apreciado reactor nuclear. Os iranianos não são facilmente intimidados. Eles perderam quase um milhão de pessoas na guerra dos oito anos iniciada por Saddam Hussein em 1980. No fim os iranianos triunfaram. Saddam caiu.

– As ameaças de Washington não podiam vir no pior momento. Antes de os EUA decidirem lançar-se sobre o Irão, é imperativo avaliar o que acontece no dia seguinte ao termos que enfrentar o problema. A confrontação com o Irão poderia alargar consideravelmente o pântano no Iraque, ameaçando a sobrevivência de qualquer governo no Iraque e libertar a onda do terrorismo, com ataques de bombas-suicidas contra todos os interesses americanos nos países islâmicos incluindo no Paquistão, Arábica Saudita e Kuwait.

– A confrontação com o Irão poderia alargar consideravelmente o pântano no Iraque, ameaçando a sobrevivência de qualquer governo no Iraque e libertar a onda do terrorismo, com ataques de bombas-suicidas contra todos os interesses americanos nos países islâmicos incluído no Paquistão, Arábia Saudita e Kuwait.

– É obvio também, que não seria possível conduzir duas guerras numa só região do mundo onde residem dois terços da global reserva de petróleo e gás natural sem elevar os preços do petróleo acima do actua record a níveis de quase $50 dólares o barril. Tal conflito criaria uma devastação nos EUA e economia mundial.

Eu interrompo aqui, a propósito, para referir que Christophe-Alexandre Paillard coauteur de «Géopolitique du pétrole» – Paris Match, Jun/Juillet 2005 – table sur un baril à 110 dollars début 2007, soit le même niveau qu’en 1979, lors du deuxième choc pétrolier.

– Numa recente longa conversação comigo (Ibrahim) e um superior hierárquico diplomata americano na região, que é o mais alto conhecedor do Irão, encolheu os ombros classificando o Irão como um “tigre de papel”. O que é um sério erro, mais ainda se este tipo de opinião refluir para os lideres em Washington.

– Irão rejeita a acusação que esteja a fabricar armas nucleares. Tem aceitado a inspecção internacional das suas instalações nucleares e tem declarado que continuará o programa do enriquecimento do urânio para fins científicos. A Rússia, que colabora com os esforços do Irão nesse sentido, suporta essa posição».

Esta crónica poderia ter sido escrita hoje que não perderia nada de oportunidade elevada ao mais alto patamar de bom senso. Nesse sentido o chanceler alemão Gerard Schroeder, advertiu, no mesmo dia, o Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, contra uma eventual operação militar no Irão: «Retire da mesa a opção militar», aconselhou Schroeder em declarações à imprensa em Hanover.

COMENTÁRIO: “Os Novos Deuses”!!! devem ponderar as consequências de tratar com sarcasmo outros países e optar pelo diálogo. Não há necessidade de Bush provocar, outra vez, uma guerra na região, quando o seu homólogo iraniano, Mahmud Ahmadinejad, é aparentemente favorável a um «regresso à mesa de negociações» como aconselhou Schroeder.

(*) Coronel de Cavalaria

0 Comments:

Post a Comment

Subscribe to Post Comments [Atom]

<< Home