ESTE ADMIRÁVEL MUNDO NOSSO (XVII)
1 – AINDA PESA A PESADA HERANÇA!!!
Na altura em que Salazar desapareceu da cena política essas reservas estavam estimadas em cerca de 850 toneladas – uma enormidade para um país tão pequeno e tão pobre então como o de hoje.
Depois do 25 de Abril – ainda de acordo com as mesmas fontes de informação – elas começaram a ser aliviadas, havendo neste momento no cofre do banco central apenas umas 500 toneladas.
E chega! Digam agora os detractores do “BOTAS” que foi mau tudo o que ele fez ou deixou.
PARA QUÊ???
2 – DURÃO o duro???
Eleito como “o europeu do ano” o Luso Durão Barroso, que um dia trocou Lisboa por Bruxelas, onde está acomodado regaladamente, na qualidade de presidente da Comissão Europeia, o tal “governo dos 25” passou há dias por aqui e deu uma entrevista no semanário “Expresso”.
Nessa entrevista , cuja temática pouco nos interessou como leitor, houve no entanto uma afirmação que mexeu com o nosso raciocínio, porque simplesmente absurda no seu conteúdo.
Ei-la:
«Se a Europa quer contar – disse ele – se quer ter uma palavra a dizer, terá de estar pronta, nalguns casos, para envolver recursos militares».
Logo a seguir, para que não restassem dúvidas sobre o significado dessas palavras; rematou com uma espécie de ordem:
«Importa avançar para um exército europeu».
Conhecedor como somos do percurso político de Durão, não de pormenor mas sim nas suas linhas gerais, sempre o consideramos como um adepto do diálogo e não de força.
Pese embora aquele triste episódio da cimeira das Lages, onde alinhou com Bush, Blair e Aznar no plano de levar a guerra ao Iraque.
Surpreendo-nos, pois, essa afirmação feita em público: e meditando nela, acabamos por ficar na dúvida sobre se ela reflecte o seu pensamento pessoal ou se é antes uma espécie de sondagem à opinião pública encomendada ou mesmo uma ordem recebida de cima.
Seja, porém qual for o seu significado, o que nós, como filhos da Europa, pensamos, é que o nosso Continente o de que precisa, antes de tudo, é de desenvolvimento económico mais consistente:
de personalização política para que tenha e imponha uma vontade própria e uma personalidade respeitada;
e igualmente de uma contínua promoção da valorização social para que os seus habitantes se sintam orgulhosos, e, deste modo, se disponibilizem prontamente para dar ao seu continente o que lhes for pedido.
Como se sabe, excepção feita à Suiça, todos os países europeus têm hoje em dia forças armadas próprias, que garantem a segurança e a soberania nacionais.
Não se vê, pois, o porquê de uma constituição de um exército europeu!!!.
A Europa, como toda a gente sabe, é hoje um continente pacífico:
Não ameaça ninguém, nem ninguém a ameaça, que se saiba.
(*) Jornalista
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