CHEIRA A ESTURRO
Depois da NATO, é agora a NASA que chega a Cabo Verde, o pequeno, simpático e acolhedor arquipélago atlântico, sediado na encruzilhada de rotas que ligam a Europa, África e América do Sul.
A NATO, como se sabe e aqui foi explicado recentemente, chegou ali e instalou-se, não para apreciar a nobreza do seu povo ou a beleza das suas praias de areia branca, que estão fazendo deste pequeno pais um dos grandes destinos turísticos internacionais.
Mas sim – como foi explicado oficialmente – para ali instalar uma base e assim poder combater eficazmente o narcotráfico e a gira de mão-de-obra clandestina.
Repetimos “para combater, para deste modo justificar o riso gracioso de alguns que, como nós, sabem que tanto o narcotráfico como a mão-de-obra clandestina são negócios do interesse dos “patrões dos patrões”, por isso que não são combatíveis.
Mas deixemos a NATO e olhemos para a NASA para formular a pergunta:
O que foi ela fazer em Cabo Verde?
A resposta foi dada, por alguns dos seus responsáveis, durante uma entrevista que a RTP-África transmitiu recentemente.
E é assim :
A Agência Espacial norte-americana vai instalar uma base no arquipélago, com vista a estudar formas de combater furacões que, a partir dali e com origem presumível em fenómenos geológicos na sua plataforma continental, fustiguem todos os anos o território norte-americano.
Ao ouvir isso, nós – que sempre estivemos convencidos de que a maioria dos “furacões” que assolam o Mundo têm origem nos “States” – ficamos estarrecidos.
Por outro lado, conhecendo bem o arquipélago, asseguramos aos nossos leitores que tudo ali é calmo.
Assim sendo, essa de instalar ali uma base para estudar furacões é coisa que não nos convence.
Cheira-nos antes o que a NASA pretende é pôr ali uma base dos chamados “satélites espiões” semelhantes aquele que tem desde há muito na zona austral africana e que tem por missão vigiar territórios potencialmente ricos do que chama “reserva estratégica”, como , por exemplo, Angola e o Zaire.
Será?
(*) Jornalista
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