José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
Esta tese é enviada por http://senadonews.blogspot.com/ podendo ser correspondida pelo e-mail senadonews@gmail.com ou pelo correio postal: União Ibérica, Av. Bombeiros Voluntários, 66, 5º Frente, 1495-023 Algés, Portugal; Tel: 00 351 21 410 69 41; Fax: 00 351 21 412 03 96.

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Friday, August 04, 2006

ESTE ADMIRÁVEL MUNDO NOSSO (VI)


(*) Belmiro Vieira

O CÚMULO DO CINISMO E DA POUCA VERGONHA: Voltaire, um dos grandes da literatura francesa, tinha, como muitos outros intelectuais do seu tempo, um gosto particular pelo café. Era mesmo – dizem – um autêntico viciado, chegando a consumir por dia 50 e mais chávenas dessa bebida que Marco Pólo trouxe para a Europa, no termo da sua celebrada viagem ao Oriente.

Certo dia – rezam ainda as crónicas – um amigo quis saber do escritor como, ou melhor, o porquê dessa sua insaciável sede pelo sumo da rubiácea. E obteve uma resposta dada mais ou menos nestes termos:

«Bebo de facto muitos cafés por dia, não porque seja um viciado, mas sim para poder estar mais tempo acordado e de olhos em bico para descobrir e denunciar as constantes trafulhices e mentiras dos profissionais da Política».

Tinha razão o autor de “Cândido” e de “Zadig”. E tê-la-ia hoje, igualmente, caso fosse vivo.

De facto, de então para cá, nada mudou no mundo da Política. Bem ao contrário. Mantém-se tudo na mesma, como uma grande diferença: é que são mais diversificados e mais refinados os “pratos” que hoje se cozinham no seu caldeirão e que o Zé é obrigado a consumir.

E se alguém tiver dúvidas sobre a verdade dessa nossa afirmação que medite num caso de ocorrência recente. O qual só não foi devidamente publicitado porque, não significando de todo uma anormalidade terá perdido vigor como notícia. Relata-se ele em poucas palavras:

«A Comissão Europeia entendeu – e em nossa opinião muito bem – que havia chegado o momento de reduzir drasticamente os subsídios à cultura do tabaco que vinha concedendo, todos os anos, aos países membros da União». E, em consequência, tornou pública a sua decisão».

Tanto bastou para que de imediato caíssem sobre ela o “Carmo e a Trindade”. Todos os governos, inclusive o nosso, saíram a terreiro, gritando protestos e ameaças, sob o argumento de que os referidos subsídios eram fundamentais e deles não podiam rescindir.

Não sabemos exactamente o que Bruxelas terá decidido na sequência de tão inflamados protestos. Nem isso verdadeiramente interessa. Pois o que ficamos a saber é mais que suficiente para dar razão a Voltaire. Ou seja:

1º – Que parte dos impostos (o IVA) que todos nós somos obrigados a pagar é destinada a fomentar a cultura do tabaco.
2º – Quando há culturas mais úteis e mais necessárias que não colhem um tostão dos chamados fundos comunitários.
3º – Que os governos europeus, como o que temos á cabeça, quando proclamam que o tabaco mata, e, em consequência, proíbem que lhe faça publicidade, não estão a ser sinceros nem virtuosos… fomentando, à socapa, a cultura de um produto que a medicina e, eles próprios, dizem fazer mal à saúde dos que o consomem.
4º – Que os mesmos governos estão a assumir um comportamento que tem o seu quê de fraudulento e do criminoso.

!!!OU NÃO SERÁ ASSIM???

(*) Jornalista

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