José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Monday, July 24, 2006

ARRE, QUE É DEMAIS!



(*) Belmiro Vieira

Nos bons velhos tempos, os “pachecos” que existiam no país não saíam por aí a autoproclamar-se dotados de imenso talento.


Eram os outros amigos, colegas de paródias, companheiros de tertúlias políticas ou simples profissionais da bajuquice – que os apontavam como tal à opinião pública. Isto a dar crédito ao retrato que deles fez Eça de Queiroz na deliciosa carta endereçada ao senhor Moulinet, em Paris, e reproduzida num dos seus livros mais conhecidos. «A correspondência de Fradique Mendes»

Hoje, não acontece assim. Os novos “pachecos” já não precisam da ajuda de terceiros. São eles próprios que, num misto de arrogância e imodéstia surgem a apregoar o seu imenso talento.

A técnica que utilizam, em qualquer circunstância, é sempre igual:
1 – Primeiro, dizem, escrevem ou clamam “nós somos bons”! dirigindo-se a uma plateia que, semi-convencida, reage com um “talvez sejam”.
2 – A plateia, deste modo estimulada, repete o dito: “talvez sejam”.
3 – A plateia, logo a seguir, rendida, concorda e aplaude: “são mesmo bons”.
4 – A dúvida é definitivamente vencida, cedendo lugar à verdade engendrada e que jamais será contestada, porque concordar exige menos esforço do que discordar.

Exemplos deste habilidoso artifício e desse fácil triunfo estão por aí mesmo à mão de semear. É só estendê-la, que logo ficamos de todo empanturrados. Ao sabor do acaso, enumeram-se a seguir, alguns dos mais recentes, que, por sinal, têm a ver um pouco connosco, servidores da Comunicação Social:
a – Aqui, é um canal de televisão que, antes mesmo de começar a emitir, proclama que o seu noticiário será pleno de rigor informativo, de verdade, de isenção e de objectividade.
b – Acolá, é alguém que põe o seu próprio retrato a ilustrar anúncios nos jornais e nas paredes das casa para lembrar: “eu sou fulano ou fulana e estou aqui”.
c – Mais além, são escribas de algumas publicações que, a propósito e a despropósito, nos martelam constantemente a paciência, numa arenga à suprema qualidade dos seus produtos, sem curar de certificar-se se essa é também a opinião dos seus leitores.

Pormenor curioso, que igualmente importa assinalar, é que, com frequência, se surpreendem esses novos “pachecos”, empenhados na pública promoção das virtudes dos confrades, para deste modo ter oportunidade de exaltar as próprias. O que, pondo em evidência o espírito de clan, que os anima, também prova que afinal se mantém com plena actualidade o «asinus fricat asinum» de que falavam os nossos antepassados.

Arre, que é talento a mais!

(*) Jornalista

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