EMIGRAÇÃO DOS PORTUGUESES (V)
(*) José Pegado
Reciclar ideias e modelos torna-se muitas vezes necessário, sendo que a sua aplicabilidade e utilidade depende da época e dos objectivos a alcançar.
Tal como com as estações do ano, existem no campo das ideias fenómenos de alternância e de repetição de fases pelo que na realidade ideias novas há, mas poucas.
A sociedade humana debate-se com graves problemas sociais, económicos, sanitários, culturais, religiosos, energéticos e ambientais para apenas mencionar os que de imediato nos ocorrem.
Parece demonstrado que os modelos praticados não resolvem tais problemas, estando alguns mesmo na origem e/ou manutenção das graves crises que assolam o planeta Terra e os seus residentes.
Está mais do que evidente que é necessário mais do que um esforço intelectual para hoje resolver problemas criados pelo bicho homem que contrariamente a outras espécies animais não se contentou em crescer e multiplicar-se e em pouco tempo se viu envolvido em actividades causadoras de diferenciação em que se sublimaram diversos instrumentos para o exercício do poder.
O triste cerimonial das nomeações e investiduras.
O espectáculo não é novidade, encontra-se em constante repetição e os latinos são nisto soberanos.
Dá que pensar ver aquela gente toda de pé, bem uniformizada e empertigada, provavelmente ali para testemunhar que o fulano que agora vai ser oficialmente investido em novo cargo, com novos poderes, novo carro e uma ampla equipa de fieis e competentes colaboradores, vai prometer e honestamente realizar tudo aquilo que dele se espera.
Só que provavelmente nenhum dos presentes sabe do que se trata, nem o próprio tão pouco.
Fazem-se discursos, trocam-se batidas nas costas e uns beijinhos nas faces.
Ninguém tem nada mais que fazer? Na realidade um espectáculo triste e historicamente degradante.
Já alguém se indagou quanto custa cada um destes espectáculos?
Todos nós entendemos muitíssimo bem aquela história da produtividade mas parece que aquilo é bom mesmo só para alemães, ingleses e escandinavos.
Aqui não serve, nós temos uma outra cultura, melhor bem entendido.
Verifica-se ao longo da história que os investidos no poder por melhor que sejam os seus pressupostos e intenções acabam inevitavelmente por desagradar a quem lá os colocou e são injustamente promovidos a postos possivelmente mais lucrativos.
Nova nomeação, novos discursos e tudo na mesma.
Numa empresa privada legalmente fundamentada e com objectivos bem definidos, os gestores são escolhidos pelas suas capacidades técnicas e são regularmente sujeitos a auditorias por parte dos donos, detentores do capital.
Na constatação de gestão maléfica ou dolosa os gestores do sector privado são a curto prazo responsabilizados e substituídos por outros mais capazes de alcançar os objectivos empresariais.
No sector público a situação parece estar irremediavelmente destinada a insucesso dado que os altos cargos são pela prática de nomeações partidárias ocupados por gestores insuficientemente preparados que permitem baixa produtividade e corrupção mais ou menos flagrante.
Nenhum candidato a cargo de chefia deveria aceitar tal função sem conhecimento e análise prévia dos objectivos a alcançar e dos recursos realmente postos à sua disposição.
No sector Público o patrão não é o partido nem o governo, mas sim a Nação no conjunto dos cidadãos.
(*) Engenheiro Electromecânico formado no IST, em Lisboa; e na Universidade de KYH em Estocolmo.
Temas e Debates
– Mendonça Júnior,
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