José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Tuesday, May 17, 2005

A IGREJA CATÓLICA E A CORTINA DE FERRO

(*) Mendonça Júnior
(**) Marco Vinicios

A morte recente de João Paulo II e o processo de sucessão que se lhe seguiu, culminando na escolha do cardeal Joseph Ratzinger como novo Sumo Pontífice deram azo, naturalmente, a um autêntico “tsunami” de palavriado, tanto falado como escrito, que inundou de uma forma subversiva os meio de comunicação social de todo o Mundo.
Portugal, país católico e onde também se cultua o paleio, de tal modo que ele é, actualmente, a nossa maior riqueza – por enquanto não colectável – não podia ser excepção.
E de facto não foi:: o “tsunami”, entre nós, durou dias, semanas mesmo, expresso num concorrido e desvairado alinhavar de sentenças interpretativas, onde não raramente a lógica se ausentou para dar lugar à ignorância e ao destempero verbal puro e simples.
Como, por exemplo, do que antes se afirma, lembramos que, numa das nossas TVs, surgiu , a certa altura, um comentarista, tido por alguns como um profundo conhecedor de como funciona este nosso Mundo, o qual, sem mais aquelas, soltou esta enormidade: «o bolchevismo caiu, na União Soviética e nos países do Pacto de Varsóvia, graça à acção de João Paulo II».
Enormidade – repetimos – já que a verdade histórica, facilmente comprovável, não autorga ao cardial Woltyla qualquer acção nesse sentido.
Certo que ele, e como polaco, se opôs naturalmente à implantação no seu país natal de um regime político que, alem de abertamente hostil à sua religião, se propunha subjugar o povo polaco e coloca-lo ao serviço de uma potência estrangeira.
Essa posição, porém, jamais extravazou do plano meramente intelectual e nem poderia ser de outro modo, já que é impensável que, católico exemplar como ele foi, quer quando esteve na Polónia, quer quando a sua estadia em Roma, tenha alguma vez protagonizado acções com vista ao derrube da cortina de ferro.
A cortina de ferro, ou melhor, o regime bolchevista caiu, não pela acção pessoal de ninguém, em particular, mas sim pela ocorrência ou conjugação de uma série de factores registados desde a sua implantação, em 1917, na Rússia, até à derrocada, já quase no final do século, do muro de Berlim, que o simbolizava.
Em primeiro lugar, há que reter que o bolchevismo, tal qual o enunciou o alemão Max, não é facilmente aceitável, já que o que ele se propõe abater – o culto da riqueza pessoal – é algo contranatura, sobretudo nos tempos de hoje, em que tanto quer ter mais quem tem ou quem não tem.
Mas não foi só isso que sentenciou o bolchevismo à morte. Em nossa modesta opinião, a forma envenenada como se operou a sua implantação no país das estepes é que explica, mais que qualquer outra causa, a enfermidade que o acompanhou em décadas de existência e levou à sua morte.
Falando mais claro: o bolchevismo, implantado na Rússia, contou no início, como está comprovado, com o apoio financeiro dos grandes banqueiros de Nova Iorque e de Londres, um dos quais, curiosamente, era sogro de Trotsky.
Facto que, em si, é um contrasenso, pois não se percebe que o capitalista financie quem o quer destruir, mas que tem explicação numa outra realidade que, nessa altura, despontava. É que a Rússia, devido à acção do Pedro, o Grande, havia-se desenvolvido, transformando-se numa grande potência, que era preciso enfraquecer, para que se não tornasse concorrente das do mundo anglo-saxónico, a que pertenciam os referidos banqueiros.
O veneno assim ministrado produziu os efeitos desejados. E de que maneira? Ocorre perguntar! Naturalmente porque, paralelamente, foram ministrados outros “venenos”.O mais mortífero dos quais foi, sem dúvida, erigir o bolchevismo soviético como inimigo número um do Mundo Ocidental.
O que obrigou os sucessivos governos soviéticos a gastar todos os recursos disponíveis na construção de uma gigantesca máquina militar para garantir a sua defesa esquecendo, deste modo, o desenvolvimento económico e social do país, o qual, se não se degradou, também não progrediu, com é fácil de constatar hoje.
Mas não foi só isso. Apostados como estavam no enfraquecimento da Rússia, os argentários de Nova-Iorque e de Londres foram ao ponto de, na década de 30, financiar igualmente o nascente regime nazista de Adolfo Hitler, na esperança de que este, assim fortalecido, se aventurasse a atacar a então União Soviética, com de facto viria a acontecer.
Abrimos aqui um parêntesis para dizer o seguinte: quem disso tiver dúvidas que leia, por exemplo, “Tragédia e esperança” de Carol Quingley, catedrático da Universidade de Georgeton. Ali encontrará relatados e documentados factos surpreendentes, que a História esqueceu e alguns dos nossos políticos também..
Como, por exemplo o acordo que, em meados de 1937, o então primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain foi, em nome do seu governo e no dos States, propôr a Hitler. Acordo que contemplava generosas ofertas ao Furher, entre as quais – pasme-se! – a de restituir à Alemanha a condição de potência colonial em África, oferecendo-lhe não a Namíbia, onde ela tinha estado antes da Primeira Guerra Mundial, mas sim o Congo Belga e a Angola portuguesa.
A Rússia e a Alemanha foram, assim, vítimas quase que mortais desse “veneno”, engenhosamente urdido nos laboratórios do supercapitalismo, cujos centros estratégicos estão localizados em Nova Iorque e em Londres.
Foram vítimas – repete-se – mas não as únicas. Já que, como é fácil de entender – também não escaparam a essa medicação os países europeus, como Portugal, a França, a Espanha, a Bélgica e a Holanda, contra quem se desencadeou o processo chamado de descolonização, privando-os assim de matérias primas essenciais para que não fossem competitivos.
Como também e serão todos os que, tanto na Europa como à escala mundial, evidenciarem capacidades concorrenciais, porque estas serão rapidamente anuladas com a aplicação de terapias eficazes: nuns casos, se chama inflação do custo do crude, e noutros, a proibição, com ameaças punitivas, de pensar em energias alternativas.
Além destas, sabe-se, estão engendradas ou em curso outras terapias alternativas, como por exemplo, a chamada globalização.

(*) Coronel de Cavalaria
(**) Jornalista

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