José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Saturday, November 29, 2008

O MULTIPLICADOR MONETÁRIO


(*) Mendonça Júnior
Dirigiu-me o Amigo José Sá-Carneiro um memorando, datado de Fevereiro de 2007, do teor epigrafado, ao qual ele diz que não sabe como responder mas que eu o vou transcrever concordando, muito especialmente, pela sua actual oportunidade.

O MEMORANDO:
Tendo acompanhado com atenção a turbulência que se estabeleceu em redor do sistema bancário nacional, seu IRC, juros, câmbios, investimentos, etc. foi com a maior estranheza que verifiquei não haver ninguém a criticar o factor “Multiplicador Monetário”, extremamente exagerado em Portugal, e que talvez seja o maior causador do desequilíbrio de toda a nossa estrutura económica e financeira.

Sabe-se que os Bancos não trabalham propriamente com os dinheiros lá depositados, mas, usando de um seu “direito legal”, passam a multiplicá-lo por 3, ou por 4, ou mais vezes, constituindo um “Capital Virtual” (teórico, fictício ) que, esse sim, é que é emprestado aos seus clientes, os quais sobre ele pagam vultuosos juros.
Chama-se a este artificio o “Multiplicador Monetário” ou “Multiplicador de Capital”.

O Manual por onde estudei foi a “Introdução à Economia” (6ª Edição), do Prof. João César das Neves (Universidade Católica), que explica o sistema com total clareza. A páginas 195 desse Manual é produzido um gráfico que mostra o percurso do “Multiplicador Monetário” em Portugal desde 1947 até ao ano 2000:

Durante o Salazarismo o Multiplicador consentido ia até ao limite de 2 vezes, 2,5 vezes o montante do capital depositado nos bancos, conforme os anos económicos.
Com Marcelo Caetano subiu até 4,5 vezes o total dos depósitos, o que parece ter sido o normal europeu daquela época. Julgo que nos USA foi sempre algo mais do que isso.
A seguir veio o “25 de Abril” e a consequente desaparição dos banqueiros.

Toda a economia se desgovernou, e o Multiplicador de Crédito deixou de funcionar.

De 1975 a 1990 foi a loucura Bancária, (do Crédito, Cambial, etc.)

Mas durante aqueles 10 anos, de 1980 a 1990, os Bancos nacionalizados, praticamente desprovidos dos “Multiplicadores de Crédito”, eram obrigados a trabalhar com o dinheiro depositado, por ele pagando bons juros! Chegou-se a 23%, e até a mais!

Em 1990 as divisas acabaram, e tudo parou!
O Dr. Mário Soares viu-se obrigado a promover o regresso dos banqueiros. E, poucas semanas depois estavam cá todos!

Chegaram e logo assestaram a sua artilharia, que vinha até mais sofisticada, pelo “estágio” no estrangeiro. E essa artilharia era o ”Multiplicador Monetário”!
Mas em vez das 4,5 vezes de Marcelo Caetano, logo saltaram para as 8 e 10 vezes!
Talvez agora estejam nas 15 ou mais. Francamente não sei.

Mas o que desde já verifico é que os Bancos, dispondo de poder para “fabricarem” o “Capital Virtual” que entenderem, não precisam do “nosso dinheiro” para nada, e portanto, como é evidente, não nos pagam Juros.
Ou então só nos pagam juros sobre aplicações de “alto risco” ou de “long-term”.

Como praticamente todo o dinheiro dos portugueses está nos bancos, parece-nos que, mediante este “artificio legal” do Multiplicador, podem eles, em teoria (e até na prática), “gerar” o “capital virtual”que quiserem, isto é: 10 ou mesmo X vezes o somatório de todos os depósitos nacionais.
Em seguida passam a emprestá-lo aos portugueses, que estando completamente desmotivados da “poupança” (pois que não há juros), logo correm a comprar apartamentos, automóveis e, ultimamente, até férias no estrangeiro.

Passaram assim os Bancos a dispor de milhões de “empregados”, numa espécie de “part-time generalizado”, pois que afinal (como nos USA), ao pedirmos empréstimos, tornamo-nos todos em “trabalhadores bancários sem vencimento”.

Será correcta tal situação?

Claro que a maioria destes portugueses nunca poderá pagar os seus empréstimos.
Mas isso não tem muita importância para a Banca, pois que afinal o capital era virtual. Isto é: simplesmente não existia. E os devedores, enquanto podem, sempre vão pagando alguma coisa. E de resto o pior que pode acontecer é os bancos virem a tomar posse dos apartamentos, que depois passam a leiloar. E o ciclo repete-se.

Como pode o Banco de Portugal controlar esta situação?
Como poderá ser controlada a desmedida “Inflação Virtual” que daqui resulta? Lembremo-nos que ela pode representar muitas vezes a Dotação Euro do País!
E não será ela ainda muito mais perigosa do que a “inflação convencional”?

Não consigo sequer realizar com nitidez o funcionamento de todo este esquema.
Mas, numa visão esboçada, imagino que o banco começa por atribuir o crédito a quem lho pede, passando-se de imediato a manusear formulários, contratos, etc, e daí para a frente tudo são “papeis” ou electrónica equivalente.

O cliente compra o apartamento, ou paga ao empreiteiro, este paga aos seus operários ou fornecedores, e, depois de uma série de voltas retornam “os papeis", ou a informática sua substituta aos bancos, tudo com “total correcção”!

Mas milhões de portugueses pagaram “juros” sobre um “capital que não existe”. Juros que terão ido directos para os bolsos dos banqueiros, em vez de reverter para quem fez os depósitos nos Bancos, se esse dinheiro tivesse sido o aplicado.

Outra péssima consequência deste exagero dos “Multiplicadores Monetários” em Portugal, e do sequente “Capital Fictício” por eles gerado, é o da total desmotivação para a “poupança” em que, involuntariamente as pessoas incorrem e que acaba por levar, em muitos casos, ao mais inconsciente “despesismo” e até mesmo à “dissipação”.

Estamos num País em que, por enquanto, há “pouquissima coisa” em que aplicar o chamado “pequeno capital”. E até porque as pessoas não sabem fazê-lo. Para jogar na Bolsa, é preciso saber. Negócios? Só para quem já é rico! Para os outros não resulta. Ao fim de uns meses perderam tudo! Montar oficinas, fabriquetas, tabacarias, também já não dá nada em Portugal. Comércio geral? Só as grandes superfícies.

É possível que as novas gerações já possam ser preparadas de outra maneira!
Mas as que ainda vivem não têm hipótese!
A única saída que restava a uma imensidade de portugueses, de “certa idade”, ou mesmo “velhos”, que tinham conseguido amealhar “alguma coisa” para essa velhice, era a do chamado “Rendimento Bancário”!

Contudo se se faculta aos bancos “inventar” o dinheiro que querem, com a facilidade com que agora o fazem, então os bancos não precisam do dinheiro das pessoas e nada pagam por ele!
E quem já não tem força para trabalhar, ou não arranja trabalho, mas que juntou uns euros para a velhice, tem que ficar, completamente estático, a ver escoar-se até ao último cêntimo o pouco que conseguiu amealhar.

Acabe-se com estes loucos “Multiplicadores”! Que os Bancos voltem aos antigos (x4) ou (x5 ), que julgo serem os correntes na Europa, e que serão mais do que suficientes. E que paguem Juros Passivos aos seus depositantes! (Pois que isso será talvez mais importante do que baixar os Juros Activos!).

Mas haverá uma outra solução: É a dos bancos abdicarem duma percentagem do seu actual Spread, que é quase o total do Juro Activo, fazendo-a reverter para os “depositantes”, pois que na realidade é com base nos seus “depósitos” que os bancos conseguem lançar essa desmesurada “multiplicação de crédito virtual”.

Ou então temos que concluir que em Portugal só se pode ser Banqueiro!

PS – José Sá-Carneiro é Licenciado em História pela Universidade Aberta de Lisboa e Diplomado pela SAMA-South African Marketing Association.

(*) Coronel de Cavalaria

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Friday, November 14, 2008

A CRISE FINANCEIRA


(*) Mendonça Junior
Ciclicamente o Planeta onde vivemos é assombrado por catástrofes que perturbam os seus habitantes com especiais reflexos na espécie humana.

Uns são provocados pela natureza: ciclones, vulcões tremores de terra, tornados, e tudo o mais que não está ao alcance do nosso controlo. É uma luta tenaz no sentido de os tentar prever, reparar, por vezes até melhorar os seus terríveis efeitos.

Porém há outro tipo de catástrofes. São especialmente as que são provocadas por nós próprios desde o dia em que “Eva, por uma maça dada a Adão, foram expulsos do paraiso por quererem tudo… ”

Desde o seu início os Ventos da História se vêm espiralando entre os Bons Ventos e os Maus Ventos através de um sistema que assenta no Poder.

O Poder passou a dominar a vivência humana muito para além das suas necessidades de sobrevivência.

Hoje o “nuclear destruidor” já foi ultrapassado por ser uma forma camuflada de evidente retaliação.

Desta vez o Poder não se manifestou por epidemias nem guerras mas sim numa nova catástrofe terrivelmente negativa especialmente para as classes menos favorecidas.

Veio através de uma “crise financeira” com metásteses de um gigantesco cancro.

Parece-me oportuno, sem necessidade de ir mais longe, aproveitar este paradigma:
A revista SOL e emitiu na Internet em 13/11/08 o Doador resistente ao vírus.

Médicos na Alemanha afirmam que um doente de SIDA foi curado após um transplante de medula óssea de um doador que tinha resistência genética ao HIV

Vários estudos na Europa e nos Estados Unidos mostram que aproximadamente uma em cada mil pessoas possui uma resistência genética ao HIV, o que impede que o vírus atinja as suas células.
Dois milhões de pessoas por ano morrem de SIDA.
Estima-se que haja 33 milhões de infectados em todo o mundo.

Porém a espécie humana não pára consubstanciando-se no que se chama progresso.

A doença agora chamada “crise financeira” é fruto do Poder. Haverá inevitáveis sequelas – como nos Maus Ventos da História – por culpa da ganância humana.

Mas será vencida com a colaboração dos melhores cérebros do Planeta.

Ou não será assim?

(*) Coronel de Cavalaria
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