José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Thursday, May 25, 2006

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


(*) Mendonça Júnior

O ponto forte da conquista dos votos que elegeram Vossa Excelência como Presidente da República e Chefe Supremo das Forças Armadas foi ter afirmado, em todos os debates eleitorais e contactos mediáticos, querer ser «o presidente de todos os portugueses», prometendo,« intervir até aos limites consensuais dos seus poderes. sic». O que foi decisivo, através da esperança que nos transmitiu para contribuir, ao mais alto nível, para ajudar a resolver a “crise” que o nosso querido país actualmente atravessa.

Esperança essa, que levou um rude golpe, na sua qualidade de Presidente da República, quando não nomeou para o Conselho de Estado representantes do partidos da extrema esquerda, que contabilizam mais de um décimo dos portugueses e, ainda, não os ter honrado na Assembleia da República, quando da pública celebração da efemeridade dos 32 anos do 25 de Abril, o que tornou possível, a implantação da democracia em Portugal.

Esperança essa, que enalteceu, na sua qualidade de Chefe Supremo das Força Armadas, quando honrou os militares na Bósnia e Kosovo, – passando revista à tropa portuguesa envergando o uniforme militar – no cumprimento das nossas responsabilidades na NATO determinadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

É evidente que «qualidade de vida dos portugueses» é, em síntese global, o que se encontra subjacente na sua afirmação-promessa, dos esforços do governo e demais instituições a ela relacionadas: oposição, sindicatos, associações de classe… etc, etc.

Ora bem, essa «qualidade de vida» tem os seus custos cada vez mais penosos de suportar e que recaem sobre o Nosso Zé Povo, que compreende, ou finge ter que compreender, o caso dos nossos militares em missões no estrangeiro: bem remunerados, alimentados, vestidos e calçados. O que o Nosso Zé Povo, que é a maioria dos portugueses, não compreende é o que tem de pagar aos políticos da Administração Pública: membros do Governo, deputados da Assembleia da República e de todas as outras instituições públicas, em termos de salários, pensões de reforma, subsídios, abonos, gratificações, complementos, suplementos etc, etc, o que lhe causa um abominável mal estar e revolta.

O Nosso Zé Povo reage: manifestando-se nas ruas. Vocifera: contra os políticos em geral – com ameaças de irem até às últimas consequências (o que ninguém sabe bem o que é) – exigindo, de igual modo, mais dinheiro e só acalma, momentaneamente e em uníssono, através dos efeitos anestesiantes e efémeros da droga internacional: O FUTEBOL.

É nesta desigualdade, que se enquadra a resultante da conquista dos votos que elegeram o Presidente da República e Chefe Supremo das Forças Armadas. É nesta incompreensão, melhor injustiça, que o Nosso Zé não se sente integrado no seu grito: “o povo é o que mais ordena”.

Amigo Aníbal, há que cumprir a sua solene afirmação-promessa «de intervir até aos limites consensuais dos seus poderes» o que para si, um bom técnico de finanças, nacional e internacionalmente referenciado, não é matéria desconhecida.

Amigo Aníbal, no aspecto de fundo, já há legislação apropriada sobre a função pública:
O artº 41 do Dec. Lei 184/89 de 2.7 (diploma vulgarmente designado por NSR – novo sistema remuneratório).
– “Ao qual o actual PR não é alheio, pois foi produzido aquando no desempenho das funções de 1º Ministro e do qual ressalvo o seu nº 6, que é bastante claro”:
«O pessoal que exerce funções em órgãos de soberania e os membros dos respectivos gabinetes, bem como o pessoal dos grupos parlamentares, não podem auferir remunerações mensais ilíquidas a título de vencimento, remunerações suplementares, despesas de representação, subsídios, suplementos, horas extraordinárias ou qualquer outro título superiores à remuneração base do 1º ministro».

Mas, se isso não bastasse, damos vista, ao nº1 do atrº 11º da Lei 2/92 de 9.3 (OGE) para 1992) que pela mesma redacção reforça o diploma anterior (…) terminando de igual modo… remunerações mensais ilíquidas a título de vencimento… superiores à remuneração base do 1º ministro. – “Não é mais do que chamar a atenção do nº6 do diploma anterior”.

O seu nº2 esclarece: «O diploma do número anterior é aplicável às entidades e organismos que funcionam junto dos órgãos de soberania e prevalece sempre sobre quaisquer disposições legislativas e regulamentares, gerais ou especiais em vigor».
– “Normativos que, ainda que não aplicáveis a cartórios, conservatórias, empresas e institutos públicos e outras situações de direito público privado, não permitem nem autorizam a existência de normas estatutárias, autorizando o pagamento de remunerações cujo valor, sem encontrar justificação nos resultados alcançados, chegam a atingir as raias da obscenidade”.

Amigo Aníbal, como resolver a situação?!
Salvo o devido respeito por melhor opinião, julgamos ser possível resolver a situação, tomando medidas como:
1 – «A Administração pública (central, regional, e local), empresas e instituições públicas regem-se pela escala salarial da primeira, sendo o nível 100 igual para todos».
– “As alcavalas hoje permitidas, face aos diferentes valores atribuídos ao nível 100, acabavam”.

2 – «Os vencimentos base eram indexados ao vencimento do Presidente da República, que seria igual ao 1º Ministro acrescido de despesas de representação».
– “Todos saberiam qual o seu valor relativo”.

3 – «O montante total dos abonos que não constituíssem o vencimento base, não poderia ser superior ao valor do mesmo».
– “É um limite que se julga satisfatório e moralizante. A teoria dos gestores públicos deverem ser bons não se contesta. O que se contesta, sim, é serem recrutados fora da Administração Pública, que possui gente mais que capaz para a função”.

4 – «O desconto para as Caixas (Geral de Aposentações e Nacional de Pensões) incidiria exclusivamente sobre os vencimentos base».
– “Os restantes abonos poderiam ser ou não aproveitados pelos titulares, nos mecanismos complementares de pensão hoje existentes. Por outro lado, a pensão a receber do Estado teria como limite, o valor ilíquido do vencimento base auferido”.

5 – «O valor da pensão seria calculado face à média dos vencimentos base ilíquidos dos últimos 2 anos (100%) e tempo de serviço com descontos».
– “Poupavam-se os cofres do Estado e vivia-se um sistema de pensionato com maior equidade”.

Amigo Aníbal, no aspecto de forma, transmita um elevado caris de cidadão corajoso, determinado e pessoa de bem:
– Apareça, amiudadamente, na televisão, na “voz da moderna caixinha” que entra nas casas de todos nós muito especialmente na dos Nossos ZÉS, onde mais se sentem os sacrifícios pedidos pelo nosso primeiro-ministro, no sentido de colaborar na solução da crise que Portugal actualmente atravessa.
– Use e abuse, a Comunicação Social;
– Oriente, o seu Conselho de Estado;
– Sugira, ao Governo, esforços concretos;
– Apareça, amiudadamente no Parlamento;
– Exija que o Estado, que se arroga respeitador do direito e democrático, ainda que por imposição constitucional, deva considerar no Orçamento anual das dívidas resultantes de lei ou contracto, se porte como um digno pagador.

Amigo Aníbal, tens de, por vezes, ter “mau feitio” e mostrar o “chicote”, com inteligência e melhor bom senso. Não deixarás por isso de seres um bom democrata. Para começar: pega no bastão do hino do nosso querido país, «contra os canhões marchar, marchar» e, à frente, brandindo o estandarte das quinas dá o exemplo… «para o trabalho marchar, marchar».(*) Coronel de Cavalaria

Tuesday, May 23, 2006

QUANTOS MILIONÁRIOS HÁ EM PORTUGAL?


(*) Belmiro Vieira
Os resultados obtidos pelas operações estatísticas, assim como os que são provenientes das costumeiras sondagens de opinião, não são plenamente fiáveis, isso é coisa que se sabe desde longa data. O que parece ter explicação no facto de, tanto numas como noutras, as análises não contemplarem a realidade no seu todo.

Vêm estas considerações a propósito de uma notícia recentemente publicada, com base em dados estatísticos, que asseguram existirem actualmente no País cerca de 12 mil milionários, isto é, indivíduos detentores de bens valendo, no mínimo, um milhão de euros (200 mil contos). Número que, na opinião de muitos, não corresponde à realidade, entendendo uns que peca por exagero e outros, que ele fica muito abaixo da realidade.

Nós alinhamos com estes últimos:
– De seguro que há no País muitos mais parentes de Bill Gates;
– Só que muitos deles não terão sido identificados e contabilizados.

E porquê?
– Porque a análise estatística só incidiu sobre aqueles que são conhecidos;
– Porque têm registo bancário;
– Porque mantêm contactos com o Fisco;
– Porque possuem bens visíveis e facilmente contabilizáveis:

Aliás, não é difícil de aceitar que milionários não só estes, que estão há superfície, pois que certamente haverá outros que se acoitam na semipenumbra.

Quem tiver dúvidas que reflexione para tentar saber onde param os milhões de milhões de euros ou dólares que se movimentam diariamente nos meandros da chamada “economia subterrânea ou paralela” que Portugal de Abril deixou criar e progredir e bem assim nos ganhos que proporcionam as suas principais componentes:
– Narcotráfico;
– Comércio de armas;
– Aluguer de mão-de-obra clandestina;
– Circuitos de prostituição;
– Etc, etc…
Não somos nós que o dizemos, mas sim informações que são veiculadas por organizações internacionais tidas como idóneas e sérias.

Certo que tudo o que antes se enunciou se manifesta também à escala internacional, não sendo pois exclusivo no nosso País, que, no fundo, é vítima:
– Da sua posição geográfica;
– Da penúria que nele tem imperado desde sempre, funcionando como estímulo ao ganho fácil;
– Da fraqueza das leis aplicáveis;
– Da certa permissividade por parte de quem tem o encargo de vigiar as leis aplicáveis.

O país está em recessão e a miséria alastra a cada hora que passa.

Pois bem, apesar disso, veja-se a contradição que, por exemplo, tem o seu espelho mais fiel aqui na capital. Onde, tanto de dia como de noite, haja bonança ou faça mau tempo, dezenas de milhar de indivíduos – conduzindo os automóveis mais caros da Europa e alimentados por combustíveis também mais caros:
– Enxameiam as ruas alfacinhas e dos centros urbanos vizinhos;
– Mantêm um vai-vem ininterrupto no IC 19;
– Nas circulares e noutras vias de acesso da área metropolitana.

Numa ostensiva manifestação de ociosidade. Já que, como é intuitivo, dentro de qualquer automóvel, a girar, não é possível trabalhar.

Assim sendo, a pergunta flui naturalmente:

De onde vem o dinheiro desses milionários ambulantes rolantes? O professor Karamba ou outro qualquer dos adivinhos publicitados pelos classificados dos nossos jornais… que respondam:

QUANTOS MILIONÁRIOS HÁ EM PORTUGAL?

(*) Jornalista.

Wednesday, May 17, 2006

ARMAS E MUNIÇÕES


(*) Eduardo Matos Guerra

Sobre o novo regime jurídico de armas e munições foi publicada uma lei aplicável a qualquer cidadão nacional, vindo a substituir, a partir da sua entrada em vigor, a legislação actual.

Ainda que, com aspectos positivos, em especial no tocante à actuação de armeiros, a lei em questão, apresenta alguns aspectos francamente negativos dos quais, neste momento, destaco três exemplos de passível ocorrência que são na realidade de um certo ridículo que ilustra claramente a minha afirmação.

1ª ocorrência: Um indivíduo é atacado por outro que, brandindo uma catana (machado ou cutelo), corre na sua direcção com intenções “muito pouco amistosas.
As advertências verbais e os tiros para o ar não resultaram.
O agressor está agora a três/quatro metros de distância.
De acordo com o disposto na alínea a) do nº1 do artº 42º, por que há um perigo iminente de morte, é autorizado o disparo, MAS, EM CASO ALGUM PODENDO VISAR ZONA LETAL DO CORPO HUMANO! Isto é: respirar fundo, acalmar, apontar ao ombro ou a uma coxa, tirar a folga sem dar uma gatilhada e entretanto… o agressor abriu-nos a cabeça ao meio como um melão. Peregrino!

2ª ocorrência: Um indivíduo vê, à noite, ao dirigir-se para o carro acompanhado da mulher, o mesmo estar a ser assaltado por dois indivíduos, um dos quais tem algo que, é barra de ferro ou pé de cabra.
Berra no intuito de os afastar, o que não consegue.
Puxa de arma e faz um tiro de intimidação.
Nada.
Pelo contrário, a reacção é inversa (os meliantes também conhecem a lei…):
“Anda cá, que metemos-te a pistola pelo cu acima e a gaja é passada a ferro”.
E agora?
De acordo com o disposto na alínea b) do nº1 do artº 42, em defesa do património, só é autorizado DISPAROS DE ADVERTÊNCIA!
Vai lá e arrisca-se a uma surra e não só? Mete o rabo entre as pernas e retira? Ou está-se nas tintas para a lei e dispara sobre os assaltantes?

3ª ocorrência: Durante um jantar de anos de um cidadão português dispara o alarme da habitação. A casa é situada em piso térreo, tendo um pequeno ajardinamento.
O dono da casa vai buscar uma pistola e sai da casa para ver se acaso há alguma janela com vidros partidos.
Nada.
Vai até ao portão, não vê ninguém e regressa a casa. Falso alarme, pensa. A pistola esteve sempre na mão e o braço pendente.
Só que, um vizinho, alertado pelo alarme e por ver o cidadão de pistola na mão, telefona à polícia e relata a possibilidade de tentativa de assalto na casa, o que “até levou o cidadão a ir buscar uma arma”
A polícia vem, e um zeloso agente ao ver estar a decorrer uma festa, acha dever certificar-se que o indivíduo que empunhou a arma, não está sob a influência do álcool…
(Peregrinamente, a lei agora publicada faz aplicar as disposições sobre álcool em vigor no CE a esta situação).
O botão é soprado – se houver recusa haverá crime de desobediência – e acusa 0,5 gr/lt.
De acordo com o disposto nos artº 45 conjugado com os nº1 e 2 do artº 107 o cidadão está “sob os efeitos do álcool” e a arma mesmo sendo do Estado – É APREENDIDA, mesmo sem ter sido feito qualquer disparo!

CONCLUSÃO: Sugiro vivamente aos que possam estar interessados neste assunto que comprem o Diário da República nº39-Série 1 de 23 de Fevereiro 2006 para evitarem surpresas desagradáveis.
(*) Coronel de Cavalaria.

Friday, May 12, 2006

ESTE ADMIRÁVEL MUNDO NOSSO (XI)


(*) Belmiro Vieira

BONS VENTOS A SOPRAR DE ESPANHA: O governo, o patronato e os sindicatos estiveram há dias reunidos, com a finalidade de, em conjunto e de forma mais consensual possível, analisar e procurar soluções para a maioria das questões com que ora se confrontam as empresas e os trabalhadores nacionais.

No final dessa reunião, subscreveram uma declaração, que vale como autêntico memorando de entendimento, na qual se exalta a necessidade de um empenho concertado e de todos no sentido de melhorar a competividade empresarial, de promover e garantir empregos estáveis e de tornar mais sólida e efectiva a coesão social, tendo em particular atenção a situação dos jovens, dos envelhecidos e dos incapacitados.

Contrariamente ao que muitos poderão pensar, essa reunião não aconteceu em Portugal, mas sim na vizinha Espanha, onde o governo presidido por José Luís Zapatero, está realmente a governar, de uma forma que surpreende, porque rara no mundo político de hoje.

De facto, nas acções que até aqui tem protagonizado não se descortinam propósitos de promoção pessoal ou partidário. Tão do gosto da maioria dos que sobem a escala do poder. Ao invés, o que nelas se manifesta de maneira inequívoca, é a vontade de, pela via do diálogo e com a colaboração possível de todos, conseguir que se concretize o que é de verdadeiramente nacional.

Aliás, é esse interesse que está explícito na sua decisão, de promover o encontro acima referido. Foi ele também que o levou à decisão de pôr termo à participação espanhola nessa “guerra do outro” que se abateu sobre o martirizado povo iraquiano.

E foi ainda pensando da mesma maneira que, contrariando toda a postura política do passado, entendeu ele, encenar o diálogo com os principais responsáveis políticos do País Basco e da Catalunha, com vista a resolver de forma satisfatória para todos o que vinha alimentando pomos de discórdia entre irmãos.

Por último – e porque em nossa opinião é outro exemplo digno de merecer reflexão entre nós – importa salientar a visita, demorada e pormenorizada, no espaço e nos objectivos, que Zapatero fez, há pouco aos países americanos de expressão espanhola.

É inequivocamente enorme o significado dessa visita tanto em termos culturais como nos políticos e económicos.

Com efeito há uma história e uma vivência comuns que importa preservar; subsistem interesses económicos que convém garantir e, se possível, desenvolver; e um relacionamento político fluido que é necessário defender das “picadas” envenenadas dos que se dizem “amigos e aliados”.

«At last but not least», importa ter em atenção a chamada União Europeia onde a Espanha, país membro que é, terá um peso específico acrescentado perante os seus parceiros, sempre que, na sua bagagem de trunfos, contar com a amizade dos países irmãos do outro lado do mar.
(*) Jornalista

Tuesday, May 09, 2006

NÃO É SACUDINDO A ÁGUA DO CAPOTE QUE SE APAGAM OS FOGOS FLORESTAIS


(*) Fernando Xavier de Brito

Tomou o Governo a brilhante decisão de proibir o lançamento de foguetes durante a época de verão, a fim de evitar a proliferação dos fogos florestais. Tal decisão provocou, como seria de esperar, uma viva e justa reacção dos vários industriais de pirotecnia.

Quando se toma uma decisão
, mandam as boas normas que sejam ponderadas as várias vertentes que essa decisão pode originar. Assim, deveria ser tomada em linha de conta quantos dos incêndios que infelizmente devastaram o nosso País tiveram como origem o lançamento de fogo de artifício…

Que nós sabemos não houve notícia de nenhum.

Por outro lado, sabemos que é precisamente na época de verão que existem as grandes festas tradicionais, das quais faz parte integrante os fogos de artifício e que são precisamente esses festejos que permitem a sobrevivência dos industriais pirotécnicos

Quais então são as vantagens dessa decisão? Aumentar o desemprego?

Por que não deixar estar como estava, em que sempre que havia fogos de artifício era necessária a respectiva autorização e a presença de bombeiros.

Foi só para mostrar que se tomou uma decisão? Quando há coisas mais importantes para fazer é preferível não tomar decisões desta natureza.

(*) Coronel de Cavalaria

Saturday, May 06, 2006

UM OUTRO OLHAR SOBRE O MUNDO (I)


(*) Ezequiel Nogueira

Filho de pais brasileiros do sul do Brasil, eu, Ezequiel Nogueira me apresento. Tenho 18 anos e vivo em Portugal há 4 anos, sou imigrante brasileiro que vim mais por obrigação pelo facto dos meus pais virem e também para não ficar longe da minha família.

Bem, em 4 anos, aprendi muitas coisas, que é natural para um jovem de 18 anos, mas aprendi ainda mais, sobre a vida e sobre as pessoas do mundo, os imigrantes.

Quem nunca passou pela experiência de imigrante, tem vaga ideia de que seja difícil, mas também fica por aqui. A verdadeira experiência só aprende aquele que vive num pais estrangeiro longe da sua terra natal e sente na pele o drama – das burocracias que não ajudam em nada e só atrasam e complicam as vidas dos estrangeiros ao invés de ajudar – de ser muitas vezes discriminado pela sua nacionalidade.

Comigo já aconteceram algumas vezes e apesar de ser brasileiro e de ouvir tanto falar sobre a proximidade dos países (Portugal e Brasil) existe muita discriminação, e quem diz que não existe é mentiroso.

Com a vinda para Portugal comecei a estudar, privilégio de poucos que tem uma família por trás para dar suporte tanto sentimentalmente como financeiramente, porque os gastos não são poucos.

Mas essa minha visão sobre a vida comecei a ter há pouco tempo, penso que antes não tinha maturidade para entender certas coisas, e confesso que para outras tantas ainda não tenho maturidade para perceber.

Mas um factor eu já começo a desenvolver que é o ser cidadão e ter consciência sobre a vida e a politica, e que tenho aprendido algumas coisas com as publicações do Coronel Mendonça Júnior – e de outros colaboradores do Senado News – o qual me sugeriu escrever.

(*) Estudante

Tuesday, May 02, 2006

!!!ENFRENTAR A CRISE ???(III)


(*) Mendonça Júnior

O discurso do Presidente da República na Assembleia da República, o Doutor Aníbal Cavaco Silva, no dia 25 de Abril de 2006, não cumpriu o objectivo, de honrar esse histórico evento, precursor da implantação da democracia em Portugal. Contrariamente ao que sucedeu na sua visita à Bósnia e Kosovo, onde honrou os militares lá destacados, passando revista à tropa portuguesa – envergando o uniforme camuflado – no cumprimento das nossas responsabilidades na NATO, determinadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Na Presidência da República, onde se homenageava a efemeridade dos 32 anos do 25 de Abril, Cavaco foi diferente:
– Não “envergou” o cravo vermelho símbolo da revolução;
– Não referiu o motor militar que executou a revolução;
– Não referiu o povo, orientado pelos comunistas, que apoiou a revolução.

Em vez disso, e em síntese, o que disse no seu primeiro discurso à Nação, foram umas tantas verdades:
– Referiu que Portugal é no quadro da União Europeia, «o que apresenta maior desigualdade de distribuição de rendimentos. E é também aquele em que as formas de pobreza são mais persistentes», sic. Mas! Isso todos nós sabemos…
– Referiu que o preocupa a situação dos idosos, crianças em risco, o «elo mais fraco dessa cadeia social que alimenta a exclusão, e vítimas de violência doméstica», sic. Mas! Isso todos nós sabemos…
– Referiu que é preciso legar às novas gerações «um País mais livre, mas também uma sociedade mais justa», sic. Mas! Isso todos nós sabemos…
– Propôs «um compromisso cívico para a inclusão social», sic». Mas! Isso todos nós sabemos… através da doutrina divina que CRISTO nos deixou, há dois mil anos, para ser seguida pela sociedade a que pertencemos.

Porém, e em síntese:
– Nada disse, sobre o simbolismo histórico do 25 de Abril, no passado;
– Nada disse, sobre as consequências da revolução, no presente, como por exemplo, sobre a temática das finanças públicas ou o recente episódio da falta de quórum no Parlamento; mensagens essas ansiosamente esperadas pelos portugueses que o elegeram;
– Nada disse, sobre a confiança, no futuro, – o seu ponto forte nos debates televisivos, – mensagem essa ansiosamente esperada pelos portugueses que o elegeram.

Tudo isto, a referir, numa linguagem simples para o povo entender e não escondida numa forma intrincada e difícil, somente ao alcance de pseudo-intelectuais, para depois a descodificarem e publicitarem, de acordo com os seus interesses.

Em resumo FALOU; Mas! AOS COSTUMES DISSE NADA, em termos de honrar o histórico evento do 25 de Abril precursor da implantação da democracia em Portugal. Perdeu-se em assuntos, que, sem a melhor dúvida, são de impulsionar com a maior urgência, em ocasiões mais apropriadas.

O seu discurso não foi consensual na conjugação das “liberdades” dos variados sectores ideológicos dos políticos que representam os portugueses na Assembleia da República, tendo “comprado”, justas e ferozes perspectivas da extrema esquerda – a luta continua – a contabilizar, ao facto de não a ter incluído no Conselho de Estado conselheiros desses partidos – é bom sublinhar – em franca contradição com a sua bandeira eleitoral onde prometeu ser o «Presidente de todos os Portugueses», sic.

Aníbal Cavaco Silva terminou, no seu jeito esfíngico, melhor dizendo, totalmente crispado, a descer os degraus do palanque sob uma notória assembleia dividida onde os comunistas, o bloco de esquerda e os verdes ficaram sentados... e em uníssono não aplaudiram.

Em boa ou má hora publicitei na Internet, em 20/04/06, o epigrafado (II), que agora repito no melhor sentido de dar uma força e melhor confiança ao nosso Amigo Cavaco Silva. Mas! Para ser usada, na altura apropriada, através de alguns exemplos, – hoje considerados históricos, – de anteriores Presidentes da República: que deve ouvir, com antecedência e equilibrada humildade, sem complexos, efémeros orgulhos ou ciumeiras de qualquer natureza:

«Tens de, por vezes, ter “mau feitio” e mostrar o “chicote”, com inteligência e melhor bom senso. Não deixarás por isso de seres um bom democrata. Para começar: pega no bastão do hino do nosso querido país, «contra os canhões marchar, marchar» e, à frente, brandindo o estandarte das quinas dá o exemplo…«para o trabalho marchar, marchar».

(*) Coronel de Cavalaria