José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
Esta tese é enviada por http://senadonews.blogspot.com/ podendo ser correspondida pelo e-mail senadonews@gmail.com ou pelo correio postal: União Ibérica, Av. Bombeiros Voluntários, 66, 5º Frente, 1495-023 Algés, Portugal; Tel: 00 351 21 410 69 41; Fax: 00 351 21 412 03 96.

Pesquisá pelo google.pt ou pelo sapo.pt

Tuesday, April 25, 2006

O MOTOR E A ESPERANÇA


(*) Mendonça Júnior

MOTOR é tudo o que serve para movimentar ou impulsionar qualquer coisa.
ESPERANÇA é a confiança na aquisição de um bem que se deseja.



Em relação ao MOTOR que parou no recém-passado:
Vem a propósito recordar a minha resposta – que foi publicada no Diário de Notícias, em 03 de Maio de 2003, sobre o Estado da Nação – a um inquérito que formulou, aos seus leitores, em termos da seguinte pergunta: «Que significam para si as datas de 25 de Abril e 1 de Maio?»
A resposta escolhida foi:
– O 25 de Abril:
«A transformação de um grandioso Portugal do Minho a Timor num quase mendigo de Portugal de Trás-os-Montes às Selvagens», sic.
– O 1º de Maio: «Festejos de uma vã tentativa de esconder dos trabalhadores a perda de um mundo de postos de trabalho no Ultramar», sic.

Em relação à ESPERANÇA que perspectiva o próximo-futuro:
1 – Recordamos o Cotex-Portugal, o protocolo de cooperação assinado com organismo congénere de Espanha, onde Jorge Sampaio apelou: «fazer de Portugal um país de inovadores e de inovação», sic. Ao que Juan Carlos acentuou: «Com este acto abrimos formalmente uma nova via de cooperação entre os tecidos produtivos de Espanha e Portugal», sic.

2 – Aplaudimos a visita oficial de José Sócrates, entre 4 e 7 de Abril de 2006, que ficou marcada por declarações do primeiro-ministro português e do próprio José Eduardo dos Santos: «os dois países estão a iniciar uma nova fase no seu relacionamento», sic. Foi um êxito político.
E em termos económicos foram assinados vários acordos entre os quais sobressaem linhas de crédito para co-financiar projectos de ajuda ao investimento.
É neste sector que os 80 empresários portugueses, que seguiram na comitiva, estão mais interessados.

Para eles: não é essencial saber que dois terços da população indígena, estimada em 11 milhões, continuam a viver abaixo do nível de pobreza

Para eles: é essencial analisar a experiência dos portugueses que lá conseguem sobreviver. Alguns até em vivência sócio-económica digna de grande sucesso: em Luanda e em algumas, muito poucas, cidades.

Dizem estes: «quem procura o El Dorado Angolano terá de se munir de muito dinheiro e entrar num bom “esquema” de corrupção; aqui, chama-se “gasosa”», sic.
O interior, por agora, está fóra de questão. Os terrenos estão infestados de minas que impedem, a anterior riqueza da produção-exportação de café robusta, que chegou a cotar-se como a terceira a nível mundial», sic.

Dizemos nós: «Quanto ao desenvolvimento de uma nova via de cooperação entre os tecidos produtivos de Portugal e Angola esperamos para ver, com optimismo, não isento de uma certa preocupação…
Há que enquadrar as tais linhas de crédito com as chamadas “parcerias” que se poderão transformar, a prazo, na “bomba atómica das nacionalizações”, comum, nos países africanos.
Para já “enquanto o pau vai e vem folgam as costas”. Há grandes oportunidades, no primeiro-emprego por conta de outrem, para os jovens portugueses que desesperam em Portugal.

CONCLUSÃO: Em termos metafóricos tudo leva a crer que um notável esforço da actual política de desenvolvimento de Portugal que se está a desenvolver no sentido de se enquadrar nos seus dois grandes “vizinhos”: Espanha e Angola, como os novos MOTORES para movimentar ou impulsionar a ESPERANÇA, de ajudar o NOSSO QUERIDO PAÍS a vencer a CRISE que atravessamos.
(*) Coronel de Cavalaria

Saturday, April 22, 2006

VIVA A PRIVATIZAÇÃO


(*) Fernando Xavier de Brito

Não há dúvida que temos de felicitar o actual des, digo Governo, pela brilhante ideia de recorrer a Empresas privadas para a execução de tarefas que do antecedente competiam aos Órgãos do Estado.

Desta forma, não só haverá melhor desempenho dessas tarefas em consequência, certamente resultante da especialização dessas Empresas, como o Estado ficará alijado de mais uma responsabilidade.

Foi, por exemplo, o caso de alguns Hospitais, a ideia de substituir os guardas prisionais e o mais que adiante possa vir a surgir.

Não quero deixar passar esta oportunidade sem apresentar a seguinte sugestão:

Assistimos neste momento a uma situação espantosa, digo “espantosa” para não lhe dar outra designação.

Vários deputados, eleitos pelo Povo, (eleitos, não é bem, colocados lá pelos partidos mais votados a que pertencem), mas pagos por esse Povo, para que o represente e proteja, assinaram a sua presença e escapuliram-se para férias.

Esta atitude irresponsável, para não lhe chamar vigarice, corresponderia em qualquer Empresa ao despedimento por justa causa.

Face a este acontecimento e aproveitando esta nova moda das “privatizações”, venho sugerir que se faça a “privatização” da Assembleia da República e por que não também de outros cargos políticos.

Como dizem que são eleitos pelo Povo, têm que lá ficar até novas eleições e, assim, temos de os aturar quer queiramos ou não.

Se este regime de privatização sugerido estivesse em vigor, era só exigir responsabilidades à Empresa e respectiva indemnização, ou arranjar outra.

Talvez desta forma fossemos melhor geridos e com menos despesa…
(*) Coronel de Cavalaria

Thursday, April 20, 2006

!!!ENFRENTAR A CRISE??? (II)


(*) Mendonça Júnior

Iniciei o capítulo anterior, de um meu artigo aqui publicado em 10/03/06, com a seguinte afirmação: «Jorge Sampaio nunca demonstrou ter a personalidade, fundamental, da função de Presidente da República e muito menos de um Chefe Supremo das Forças Armadas».


Acabo de receber, sobre este assunto, uma carta de um dos nossos leitores, que se identificou, e que transcrevo.

«Um abraço. Santa Páscoa. Para ti e todos os teus.
Recebi. Li. Apreciei:

Acho que o “falecido” foi um Presidente cinzento. Em tudo.
Mas, sobretudo, como Comandante Supremo das Forças Armadas. Não fez nada.

Mas o que havia de fazer?
Onde estão consignados os seus deveres como Comandante?
É ciência oculta.
Bom era que algo fosse fixado.

O colocar na dependência do PR nas Forças Armadas tem significado.
O “resto” depende do Governo.

Mas as Forças Armadas dependem directamente do PR. Portanto ele deve ter sempre uma palavra a dizer. Até para a nomeação dos grandes comandos. Mas isto, para nós, é ciência oculta:

Um PR que, quando foi a Macau para simbolizar o fim do domínio português tratou apenas de ir jogar o golf com o Governador!!!!!!!

Que merda de País.

E que merda de Presidente.

Em vez de ter ido para férias e compras, deveria ter chegado na madrugada do último dia, arriado a bandeira e partir logo. Isto é que seria classe!

Ao menos podia ter copiado de Hong Kong.

Nada mais. Mais abraços. Mais desejos de boa Páscoa».
Fim de transcrição.

O meu artigo terminava:

«A partir de hoje estamos atentos ao julgamento do próximo:
Tens de, por vezes, ter “mau feitio” e mostrar o “chicote”, com inteligência – na sua expressão mais lata. Não deixarás por isso de seres um bom democrata. Para começar: pega no bastão do hino do nosso querido país: «contra os canhões marchar, marchar» e, à frente, brandindo o estandarte das quinas dá o exemplo: «para o trabalho marchar, marchar».

NOTA: Os “negritos” são da minha responsabilidade.
(*) Coronel de Cavalaria

Sunday, April 16, 2006

ESTE ADMIRÁVEL MUNDO NOSSO (V)


*) Belmiro Vieira

«Ver e pensar para acreditar»
O petróleo ou “crude” como lhe chamam os “british” e os “yanques”, pode ser um bem ou um mal: tudo depende de quem o tem e em que quantidade e igualmente do posicionamento que assume no sinistro jogo dos interesses internacionais.

Assim, por exemplo, se é pertença de alguém que é reconhecidamente alguém, então é um bem; mas se, ao contrário, quem o tem é um pobre diabo, por certo que está irremediavelmente “lixado”, sobretudo se dispuser dele em quantidade apreciável. Há ainda um outro exemplo: é o ser-se dono de umas migalhas de “crude”, que mal dão para alimentar uma lamparina doméstica, já que, neste caso, ele poderá dormir tranquilo toda a vida.

Para melhor entender essa regra ou jogo, o que importa, e sem dúvida, é considerar exemplos mais práticos retirados do dia-a-dia internacional. Ei-los, precisamente os mais flagrantes e eloquentes:

1 – Os Estados Unidos foram, durante largo tempo, uma das super-potências petrolíferas mas jamais essa condição lhes gerou problemas, já que também foram e são senhores de outros instrumentos significativos de poder convincente.
A Rússia também foi e é ainda um grande senhor do petróleo, mas como foi e é também uma super-potência em termos militares, jamais alguém a incomodou, a não ser um tresloucado Adolfo, que, como se sabe, pagou caro, quando no início da década de quarenta, tentou cheirar o petróleo do Cáucaso.

2 – De modo inverso, países como o Iraque, o Irão, a Nigéria, Angola, a Líbia, e a Venezuela, que têm crude para dar e vender, têm sido confrontados, no decorrer dos últimos anos, com ameaças de todo o tipo: bloqueios e sanções: conflitos armados internos, orquestrados e bem geridos de fora; e saiba-se lá o que mais. Tudo porque tiveram um dia a veleidade de querer pôr e dispor naquilo que, por direito natural, lhes pertence.

3 – Há ainda o caso de outros países, senhores de grandes reservas petrolíferas, mas que nem por isso têm sofrido incómodos. E porquê? Simplesmente porque se deixaram absorver, e envolvidos que foram nas regras do jogo.

Portugal, como quase todos os países da Europa, não está presentemente sujeito às regras desse jogo, uma vez que cá dentro do rectângulo, o “ouro negro” que existe vem de fora e conhecemo-lo todos apenas através dessas pequenas mas engenhosas bombas que, espalhadas por todo o lado, nos sugam diariamente as algibeiras até ao tutano.

Dizemos presentemente, porque, num passado recente, o “crude” nos causou sérias dores de cabeça. Não aqui, como é óbvio, mas em Angola, onde nos encontrávamos. Com efeito, não subsistem dúvidas de que a guerra que Portugal teve de enfrentar ali a partir do início da década de sessenta foi orquestrada na mira do petróleo que tinha sido descoberto poucos anos antes.

Do mesmo modo que foi o “crude” que alimentou os conflitos armados ocorridos pouco tempo depois em Timor e de certa maneira explica o seu singular estatuto no presente: um país com a independência vigiada de fora.

Para lá dos exemplos antes referidos, todos eles conhecidos e bem eloquentes, temos neste momento o de São Tomé e Príncipe, tal como Angola e Timor, país com quem estamos irmanados por via de uma convivência multissecular. O qual tornado independente à cerca de três décadas, jamais conheceu em todo esse longo período, perturbações internas de qualquer tipo. E isso seguramente porque a parcimónia dos recursos naturais de que dispunha funcionou sempre como um permanente convite à tranquilidade.

Recentemente, porém, o “crude” emergiu da liquidez oceânica que envolve o arquipélago. E, ao que tudo parece indiciar, com uma pujança fora do comum, E por isso mesmo pôs logo São Tomé nas bocas do Mundo.

Depois disso o previsível não havia de tardar. E de facto não houve equívocos: chegou mesmo. Primeiro sob a forma de um golpe militar, que, em termos práticos, funcionou como um inequívoco pré-aviso; e a seguir configurado em autênticos “golpes palacianos”, por via dos quais têm sido afastados elementos do governo que, ao que tudo faz supor se propunham defender interesses que não eram bem os nacionais.

Depois disso, a tranquilidade retornou, mas receia-se que seja sol de pouca dura: é que os sinais de ingerência externa estão a ser cada vez mais visíveis, como certamente terão intuído os que, diariamente, seguem com atenção redobrada as notícias que de lá nos são trazidas através da RTP-ÁFRICA.

O futuro dirá se esse nosso prognóstico está certo ou errado.

(*) Jornalista

Monday, April 10, 2006

QUO VADIS PORTUGAL?


(*) Fernando Xavier de Brito

Assiste-se de maneira assustadora às mais variadas reacções às determinações ou leis emanadas pelos Governos ditos “Democráticos”. Basta-nos, para isso, estar atentos à Comunicação Social.

1 – Recordo um episódio, passado há pouco tempo, em que um Chefe do Estado-maior da Armada, devido a cortes orçamentais, mandou regressar uns navios que tinham saído para o mar. Imediatamente o Ministro da Defesa (não militar), deu contra ordem, desautorizando frontalmente o Chefe de Estado-maior.

2 – Recordo ainda quando Salazar, tomou conta da Pasta da Defesa, teve conhecimento da situação em que estavam os militares gravemente feridos em combate (1962) e que tinham de ser evacuados para a Metrópole, passando ao fim de um mês a receber o vencimento da Metrópole com os descontos inerentes à sua ida para o Ultramar colocando-os numa situação económica extremamente difícil e injusta e em que lhe era chamada a atenção de que não era naquela situação que se poderia exigir a um Exército moral e espírito combativo (em referência ao seu discurso de Salazar quando da invasão indiana), pois era necessário que se legislasse de forma a que se morressem ou se ficassem deficientes, eles ou as Famílias ficassem em condições de não ter de andar a estender a mão à caridade.

A resposta de Salazar não se fez esperar. Disse que desconhecia em absoluto o assunto, que os militares estavam cheios de razão, mas que o assunto teria de ser resolvido por Decreto-Lei e iria envidar todos os esforços para que rapidamente lhes fosse feita justiça. Cerca de duas semanas depois saía um Decreto-Lei que garantia os vencimentos que auferiam no Ultramar até serem sujeitos à Junta Superior de Saúde.

É interessante não é? Esta diferença de reacções entre o “Ditador” e os ditos-democratas…

3 – A sabedoria popular diria:
– “Queres ver o vilão? Mete-lhe a vara na mão”.
Ou então
– “Todo o conselho ouvirás, a tua decisão tomarás”.

4 – Aplaudo as medidas de reestruturação que estão a ser propostas, demonstram coragem e determinação
. Contudo, é bom que haja uma certa ponderação. Consta que se pretende concentrar os Esquadrões do Regimento de Cavalaria da GNR num só Quartel, aventando-se a hipótese de serem instalados em Santarém, no edifício da Escola Prática de Cavalaria!!!

Já há alguns anos atrás se cometeu um erro ao acabar com o 1º Esquadrão de Cavalaria da GNR situado no Carmo. Agora repetem-no em muito maior escala…

Será que os governantes que antigamente colocaram um Esquadrão na parte oriental da cidade (Braço de Prata), outro no Centro (Carmo) e outro a Ocidente (Ajuda), eram assim tão burros?
Ou tinham a noção que esses eram mesmo os pontos estratégicos para colocar tropa destinada à manutenção da “ordem pública”?
Será que o Regimento de Cavalaria da GNR vai ser incumbido de missões bélicas? Ou será Santarém um ponto nevrálgico em termos de “ordem pública”? Quem souber que responda.

Não quero terminar sem fazer uma pergunta ingénua: Já repararam que há alguns indivíduos, tão eclécticos que, assumindo funções de responsabilidade em determinado sector, se não satisfizerem, vão para outro absolutamente diferenciado. Por que será???

(*) Coronel de Cavalaria

Saturday, April 08, 2006

ESTE ADMIRÁVEL MUNDO NOSSO (IV)


(*) Belmiro Vieira

Em nome da democracia: A democracia não se cria e nem se impõe por meio de decretos e outras leis, por mais bem tuteladas que sejam. E nem se reconhece no simples facto de alguém proclamar que ela existe ou alguns assumirem a liberdade de dizer o que pensam ou fazer o que lhes apetece.

Nada disso: a democracia constrói-se quotidianamente e consolida-se na convivência ordeira e pacífica entre todos os cidadãos:
1 – Na outorga e respeito indiscriminados de direitos e deveres.
2 – Na promoção e defesa daquilo que a todos interessa – e não um grupo, por mais maioritário que seja.
3 – No comportamento correcto e exemplar daqueles cuja missão é promocioná-la, pelos governantes; que não podem ignorar a opinião pública, sobretudo quando ela se exprime claramente.

Um Estado que se proclama democrático tem a obrigação de respeitar e fazer respeitar essas regras e ajudar outros Estados, que, por uma razão ou outra, se desviaram do caminho da democracia:
1 – Pelo exemplo e a persuasão.
2 – Jamais pela força.

Ora, é exactamente sobre este ponto – jamais pela força – que os Estados Unidos têm feito nos últimos tempos, como claramente se explica numa “carta aberta” que o arcebispo de Boston D. Behnard Law dirigiu recentemente ao Presidente Georges W. Bush. E da qual se extraiu e publica a parte mais incisiva:

«Presidente; o senhor não contou ao povo americano a verdade sobre o porquê de sermos alvo do terrorismo, quando explicou porque bombardearíamos o Afeganistão e o Sudão. O senhor disse que somos alvo do terrorismo porque defendemos a Democracia, a Liberdade e os Direitos Humanos no Mundo…

Que absurdo Sr. Presidente!

Somos alvo de terroristas porque, na maior parte do mundo, o nosso governo defendeu a ditadura, a escravidão e a exploração humana.

Somos alvo dos terroristas porque somos odiados.

E somos odiados porque o nosso governo fez coisas odiosas.
Em quantos países, agentes do nosso governo, depuseram líderes eleitos pelos seus povos, substituindo-os por militares ditadores, marionetes desejosos de vender o seu próprio povo a corporações americanas multinacionais?

Fizemos isso no Irão, quando os Marines e a CIA depuseram Mossadegh, porque ele tinha a intenção de nacionalizar a indústria do petróleo. Nós substituímo-lo pelo Xá Reza Pahlavi e armamos, treinámos e pagámos a sua odiada guarda nacional, Savak, que escravizou e brutalizou o povo iraniano para proteger o interesse financeiro das nossas companhias de petróleo. Depois disso, será difícil imaginar que existam pessoas no Irão que nos odeiam?

Uma vez atrás da outra, temos destruído líderes populares que desejavam que as riquezas de sua terra fossem repartidas pelo povo que o gerou.
Nós substituímo-los por tiranos assassinos que venderam o seu próprio povo para que, mediante o pagamento de avultadas quantias, avultassem as suas contas particulares.

De país em país, o nosso governo obstruiu a Democracia, sufocou a Liberdade e pisou os Direitos Humanos.
É por isso que somos odiados ao redor do Mundo.
E é por isso que somos alvo de terroristas. Esse ódio que semeámos virou-se contra nós para nos assombrar na forma de terrorismo e, no futuro, de terrorismo nuclear.

Uma vez dita a verdade sobre o «porquê» da ameaça existir e ter sido entendida, a solução torna-se óbvia. Nós precisamos de mudar as nossas práticas:

– Em vez de enviar os nossos filhos e filhas ao redor do Mundo para matar árabes, de modo a que possamos ter o petróleo que existe sob as suas areias, deveríamos mandá-los para reconstruírem as suas infra-estruturas: fornecer água limpa, e alimentar crianças famintas.

– Em v ez de continuar a matar milhares de crianças iraquianos todos os dias, com as nossas sanções económicas, deveríamos ajudar os iraquianos a reconstruir suas estações eléctricas, as suas estações de tratamento de água, os seus hospitais e todas as outras que destruímos e que os impedimos de reconstruir com as nossas sanções económicas.

– Em vez de treinar terroristas e esquadrões de morte, deveríamos fechar a Escola das Américas.

– Em vez de sustentar a revolta, a destabilização, o assassínio e o terror em redor do Mundo, deveríamos abolir a CIA e dar o dinheiro gasto por ela às agências de assistência».

(*) Jornalista

Monday, April 03, 2006

IDIOSSINCRASIAS DOS PORTUGUESES (II)


(*) Mendonça Júnior

1 – Regresso, com a continuação do epígrafe – publicada aqui na Internet em 22 de Outubro de 2005, – dada a forma como o tema da “deportação dos emigrantes portugueses do Canadá” foi desenvolvido e tratado com óbvio interesse. Dessa maneira transcrevo, na integra, com a devida vénia e maior consideração, o Editorial da revista semanal SABADO, nº 100 de 30 de Março/5 de Abril de 2006:

2 – «Até ao dia 20 de Março, o Canadá tinha deportado 166 emigrantes portugueses ilegais. O número, apesar de representar menos de metade dos expulsos de 2005, lançou Portugal em estado de histeria. Para acalmar um pouco a onda, que, como seria de esperar, já chegou aos estouvadas do Bloco de Esquerda, é importante esclarecer dois pormenores: deportados e ilegais:

Em primeiro lugar, o Canadá não prendeu, não escravizou, não torturou, os emigrantes portugueses. Limitou-se a dizer-lhes que se não tinham autorização de residência, deveriam apanhar o avião de volta para o seu país.

Em segundo lugar, os emigrantes de que estamos a falar não são cidadãos cumpridores, com legitimidade para viverem no Canadá. Entraram ilegalmente no país e, em alguns casos, quando foram convidados a regularem a sua situação, preferiram a chica espertice à honestidade e requereram o estatuto de refugiados, como se Portugal fosse uma ditadura.

É claro que esta minicrise vai ter uma saída diplomática – pessoas que vivem há dezenas de anos num país, mesmo ilegalmente, e que trabalham para a economia local, devem ser tratadas com atenuantes.

Mas os portugueses têm de perceber que não são os únicos espertalhões e que o resto do mundo não é um grupo de idiotas.

E assim pensamos quando expulsamos os imigrantes ilegais de Portugal. E é assim que devemos pensar quando somos o alvo lá fora».
Fim de transcrição.

3 – Porém, na «IDIOSSINCRASIA DOS PORTUGUESES (I)», fiz uma referência aos emigrantes portugueses que se calculam em cerca de cinco milhões.
Destes, – recordo – há os que se incluem na «lei da meia dúzia».
Isto é, dos que, lá longe, também «elevam bem alto a bandeira das quinas».

Contrariamente, à minoria dos “espertalhões”.

(*) Coronel de Cavalaria
NOTA: A numeração dos parágrafos e os “negritos”, são da minha autoria, no sentido de se seleccionarem as partes consideradas mais importantes ou clareza.