José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Saturday, December 17, 2005

O 25 DE NOVEMBRO DE 1975*



(*) Silvino Silvéirio Marques

O 25 de Novembro representa a vitória dos militares abrilistas moderados, certamente apoiados por todos os militares não radicais, e pelos civis não revolucionários, sobre os abrilistas radicais. Abrilistas, todos, responsáveis não apenas pela revolta contra a inserção de combatentes milicianos nas suas escalas de promoção, mas também muitos deles, embora moderados, por se haverem deixado enredar pelos radicais, na política de destruição da Pátria Ultramarina, destruição em que andavam, igualmente, envolvidos jovens fugidos à guerra e políticos civis, em geral ausentes no estrangeiro, de ambos os quais saiu a nata dos responsáveis que vieram a tomar conta da política, do governo e da administração do País, depois do 25 de Abril.

Com o 25 de Novembro conteve-se o extremismo militar e o caos político-social que estava a ser impulsionado e que provavelmente terminaria numa guerra civil e, ou, mesmo numa intervenção estrangeira. Isso constitui uma extraordinária dádiva em relação a cujos autores, mandantes e executantes se tem de prestar a homenagem do nosso profundo apreço e da nossa gratidão

Infelizmente já não puderam então ser corrigidos os crimes e erros que, do meu ponto de vista, tinham sido cometidos, nem travados os que lhes seguiram: a insubordinação militar; a politização da insubordinação; o golpe militar; a desistência da defesa do Ultramar, por vezes com vergonhosos abandonos locais; e, a interferência ideológica de militares na chamada “descolonização”.

Acções que, especialmente em tempo de guerra, desonram os militares intervenientes e mancham a própria Instituição.

Estes crimes e erros deram origem, à situação triste que hoje vivem as Forças Armadas, por vezes ignoradas, mal tratadas, desconsideradas social e materialmente, ultrapassadas que foram (e se deixaram ser) por instituições que lhe eram equiparadas.

Forças Armadas em relação às quais chega a ser posta em causa a necessidade ou vantagem da sua existência. Isto certamente porque, por um lado, o inconsciente colectivo do nosso povo registou, e não perdoa, que seus militares, formados e pagos para defenderem a Pátria, como juraram, desistissem de o fazer, após o sacrifício valoroso de tantos dos seus filhos; e por outro pela habilidade, com que políticos cúmplices de tais militares têm sabido tirar proveito de tal situação ignominiosa criada. Só o tempo, e o adequado comportamento de novas gerações militares e civis, mas não a História, irão esfumando tal registo na memória colectiva e reabilitando a Instituição.

Não puderam, também, ser afastados outros erros que levaram o País, generosamente ajudado, há várias décadas, a não dispor de responsáveis capazes de o administrarem com eficiência, e permitiram que fosse malbaratada a ajuda que foi aproveitada quase que apenas em obras públicas. E, assim, degrau a degrau, entre muita conversa, muita reunião, muitas viagens, muita política, muitos governos, acabámos por cair na profunda e generalizada crise, moral e económico-financeira, em que nos encontramos.

De todos estes erros resultou igualmente a situação proporcionada à generalidade das parcelas do antigo Ultramar o qual, numa política que os abrilistas não entenderam, estava a ser ajudado pelo Estado, a partir do interior de cada parcela, não como um império para o qual não havia nem vocação, nem capacidade, mas sim como uma comunidade com a integração continuamente mais perfeita de toda a sua gente, e sucessivamente globalizada, na sua total dimensão, como agora se diria. Política que, como então dizia, constituía uma ponta de lança no Mundo futuro. Seria um exemplo, que, se seguido, evitaria a desordem que tem invadido grande parte da África, generalizado a guerra e a fome, e que está a impulsionar os movimentos migratórios em direcção à Europa.

Tudo poderia ter sido diferente se a superioridade conseguida, valorosamente, na luta contra a subversão nos campos militar, e político-administrativo, principalmente nos teatros de Angola e de Moçambique (superioridade aqui estupidamente ignorada, contestada e subavaliada) não tivesse sido delapidada pelo surto de indisciplina que deu origem ao 25 de Abril e que os abrilistas não souberam evitar que se instalasse, com o apoio ideológico de forças políticas radicais, no Portugal europeu e se propagasse ao Ultramar.

E, sobretudo, se tivesse havido “25 de Novembros” que houvessem impedido de por lá persistirem “precs” que omitiram, e se opuseram, à Democracia e ao Desenvolvimento prometidos pelo 25 de Abril, devotados que os abrilistas radicais, militares e civis, estavam naquilo que entendiam como “descolonização”: libertarem-
-se da guerra e entregarem o Ultramar aos Movimentos marxistas.

(*) General, Ex-Governador de Angola.
Lisboa, 22 de Outubro de 2005.«Comentário sobre o 25 de Novembro de 1975, solicitado para a “Revista dos Combatentes” e publicado no nº. 7 de Novembro/Dezembro de 20005».

A PROPÓSITO DAS PRESIDENCIAIS



(*) Fernando Xavier de Brito

Tenho seguido com o maior interesse as entrevistas com os vários candidatos, não só em relação aos seus programas, como as qualidades que, nas suas opiniões, deverá ter um Presidente.

Pensando nesse assunto, interroguei-me de quais seriam os cursos que Reagan teria ou Eisenhower. Quais as habilitações literárias que possuíam para serem presidentes de uma das maiores nações do Mundo? Reagan foi jornalista, trabalhou na Rádio, foi actor de Cinema, Eisenhower era Militar e foi Comandante Supremo das Forças Aliadas na Europa Ocidental na 2ª Guerra Mundial.

Em minha opinião, para se ser CHEFE, não digo que não seja necessário um certo grau de cultura, mas o que é primordial é ter carácter, ser honesto, ser humano, ter coragem física e moral. Ter a capacidade de saber escolher para seus colaboradores técnicos honestos e sabedores, ouvi-los e ter o bom senso para analisar os seus conselhos e então decidir.

Mas a propósito de habilitações literárias, a tal instrução de que hoje tanto se fala, que se discute em que ciclo das Escolas e como deverá ser dada a educação sexual, não sei também se quererão pôr à discussão o sexo dos anjos, surpreendo-me não ter ainda ouvir falar de ensinar o hino nacional, o respeito devido à Bandeira Nacional e o que ela significa. E, porque não dar-lhes conhecimentos sobre a nossa Lei Fundamental, a Constituição, para que tenham consciência do que é a Democracia?

Criar-lhes desde criança um sentimento pátrio profundo para que, quando adultos, possam ser cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres, a fim de aceitar os sacrifícios que lhes venham a ser pedidos para a salvação da Pátria.

O mal já vem de alguns anos, mas se este sentimento existisse no Povo Português, talvez hoje houvesse um pouco mais de compreensão. Mas como pedir essa compreensão ao Povo quando verificamos que pessoas com grandes responsabilidades nem sequer sabem a primeira estrofe do Hino Nacional… E quantas saberão que o Hino tem três estrofes? E quem as sabe?

Para os que não saibam, aqui deixo o Hino Nacional completo, quem foram os seus autores e como nasceu.

– Primeira estrofe:
Heróis do mar, nobre Povo,
Nação valente e imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

– Segunda estrofe:
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d’amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

– Terceira estrofe:
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir,
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm
Contra as injúrias da sorte.

Refrão: No final de cada estrofe:
ÀS ARMAS, ÁS ARMAS!
SOBRE A TERRA SOBRE O MAR,
ÀS ARMAS, ÁS ARMAS!
PELA PÁTRIA LUTAR
CONTRA OS CANHÕES MARCHAR,
MARCHAR!

“A Portuguesa” escrita por Henrique Lopes de Mendonça, com música de Alfredo Keil, conseguiu fazer ressurgir o Amor Pátrio dos portugueses, quando em 1890 nos é posto pelos “nossos velhos aliados” ingleses o humilhante e arrogante Ultimato.
Posteriormente, pela Assembleia Constituinte de 18 de Junho de 1911, foi considerada como Hino Nacional, bem como foi aprovada a actual Bandeira.
Em 1956, tendo-se verificado algumas variações na parte musical, foi criada uma Comissão encarregada de apresentar uma versão oficial. Versão esta, que é a actual e foi aprovada em Conselhos de Ministro de 16 de Julho de 1957.

(*) Coronel de Cavalaria