José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Friday, June 03, 2005

OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS

(*) MENDONÇA JÚNIOR

Marcelo Rebelo de Sousa é um brilhante comentador, muito especialmente em termos de “fundo”. Antes de abordar uma questão analisa-a, “timtim por timtim” – como ele gosta de referir – como ninguém mais o faz, e depois comenta. À sua maneira: umas vezes com o pau outras com a vassoura. Por isso é elogiado por muitos e temido por outros.
Em termos de “forma” é um desastre. A tal ponto que não resisto em transcrever um artigo, que subscrevi no “O Dia”. É um emocional, do tipo sanguíneo, levado à sua maior expressão. O que foi referido por José Augusto Saraiva no “Expresso” em 04/01/04: «O comentário de Marcelo Rebelo de Sousa resulta porque Marcelo, em certa medida, é um comediante. Os seus esgares. Os seus gestos».
Eu acrescento: Em termos populares, por vezes, de um cruel humor negro, a figura de Marcelo confundir-se-ia, com a de uma personagem de circo de tomate vermelho no nariz a contrastar com o azul penetrante dos olhos e da gravata. A propósito, e nesse sentido, eu já lhe sugeri, com a melhor simpatia, que visse, em vídeo, as suas intervenções com o som desligado.
Apesar das diferenças de forma justiça seja feita: temos dois brilhantes comendadores: Sousa Tavares mais objectivo e Rebelo de Sousa mais subjectivo. Os quais, os atentos auditores, todas as semanas, lhes programam os seus televisores com o maior interesse. Porém as diferenças aumentam quando Marcelo se familiariza com os entrevistadores: quase “tu cá- tu lá”... a troca de presentinhos... só faltam os beijinhos de “treinador de bancada”, como é alcunhado pelos empresários do Norte e que está muito na moda entre jogadores de futebol quando metem um golo.
Entretanto Marcelo Rebelo de Sousa delineou uma estratégia arriscada. Diríamos do “tudo ou nada”. Como a de Salazar quando se demitiu... mas depois o foram buscar a casa e ficou... como a de Spínola quando se demitiu... mas depois não o foram buscar a casa e fugiu... do nosso querido país para o estrangeiro.
Como é do conhecimento geral entende-se por estratégia, a ciência-arte usada para se concretizar uma intenção. Intenção essa que sempre tem de vencer oposições. Também se diz que quem está de fora vê mais do que os jogadores que nela se empenham. No xadrez da política esta prática, pela conquista do poder, também quase sempre se aplica. Seja qual for o resultado é curioso reflectir como se mexem as peças no tabuleiro, o que me leva a raciocinar:
A estratégia de Marcelo é voar mais alto. O que tem evidenciado no seu tempo de antena, com sucedeu na TVI e actualmente na RTP – já com inferior audiência – ambos no Domingo, quando se apercebeu da sua espectacular subida nas sondagens, em termos omniscientes do “Senhor Sabe Tudo”.
Candidatar-se a uma futura presidência da república? E por que não? Outros já o fizeram: uns com sucesso, outros sem sucesso, estes últimos para se autopublicitarem e auscultar reacções. Porém, nesta fase Marcelo, diz-se fã de Cavaco.
Entretanto, vai somando pontos estando sempre a repetir que já foi líder do PSD – o garante de votos do partido – mas lá o vai criticando, também, com o objectivo de “ser de todos os portugueses”.

COMENTÁRIO: Pois é, senhor professor Marcelo Rebelo de Sousa, a sua negação de se candidatar à presidência da República, 16/10/04, nada mais é do que uma subtil “fuga para a frente” de “quem desdenha mas quer comprar”. Ironizando, como disse: «ser uma interpretação ridícula de alguns aprendizes de comentadores». As suas justificações são bem diferentes da nobre estratégia de Cavaco-Guterres-Santana, que quando “negam (?!) foi para se assumirem, com dignidade, em tempo. Finalmente veremos senhor professor que disse à Agência Lusa: «ter optado pelo caminho da discrição e não do espectáculo e do aparato» – o que tem feito sempre o contrário – se tem coragem de avançar como quando foi líder do PSD, como demonstrou, quando mergulhou nas águas frias do Tejo.

(*) Coronel de Cavalaria
Actualizado de um artigo publicado no Jornal “O Dia” em 19/11/2004.

Wednesday, June 01, 2005

Perguntas não ofendem - A importância da Política

(*) Mendonça Júnior
(**) Marco Vinicios

A importância da Política: Vasculhando, há dias, arquivos domésticos de papeis coleccionados ao sabor do acaso, com vista a posterior análise, encontramos lá o recorte de um artigo, publicado vai para quase dez anos no diário madrileno “El país”. O qual, graças ao seu sugestivo título (que acima se transcreve), logo feriu a nossa atenção, convidando-nos a uma leitura imediata e atenta.
O seu autor, José Vital Beneyeto desempenhava na altura o cargo de secretário-geral da Agência Europeia para a Cultura. Embora extenso (quase uma página do jornal), a sua leitura não consente interrupções e, uma vez concluída, convida imediatamente ao raciocínio.
«O descrédito da política – afirma logo de início Beneyeto – é hoje um dos fenómenos mais generalizados e persistentes nos países de tradição democrática. Descrédito por demais paradoxal, já que, em termos económicos, por exemplo, que são os mais significativos para o cidadão médio, a Política custa algo mais de 50% dos seus rendimentos, que o Estado e os políticos – o governo e os seus apêndices – lhes subtraem, em conceito de impostos directos e indirectos».
«A impotência da Política – observa ainda – deriva em grande parte da incompetência dos seus agentes (mediocridade dos líderes, funcionilização dos quadros, assalariaramento dos militantes, etc); da burocratização das suas práticas, convertidas em exercícios rituais, sem outro propósito que não a sua perpetuação; da perversão dos seus instrumentos; e ainda da corrupção dos seus usos, com vista apenas, a gerar proveitos e privilégios».
A seguir e em jeito de conclusão, escreve:
«O Estado, que é a única forma de organização política global que hoje dispomos, alcançou formas tão altas de desprestígio que a sua desclassificação é quase consensual. O ter-se ele tornado num aparelho simultaneamente ineficaz e opressor é, sem dúvida, o resultado do seu forte expansionismo económico, social e político, registado ao longo dos séculos e igualmente da dupla crise de eficácia e de soberania a que está submetido. A complexidade das nossas sociedades é, talvez, a causa principal da inaptidão gestora dos estados, que encontra na degeneração da segurança dos cidadãos, nas deficiências do funcionamento colectivo, no desastre dos serviços sociais, no naufrágio da educação pública, nos efeitos mais insuportáveis pelos cidadãos. E, desta arte, passou-se do Estado do bem estar ao Estado do mal estar».
Mais haveria – pensamos nós – que extrair do artigo e aqui transcrever. De seguro, porém, o que acima está mais que suficiente é para justificar as seguintes perguntas:
– O retrato feito é fiel?
– Dele se poderá obter uma cópia na actualidade?
– Onde?
– Cá no rectângulo também?

(*) Coronel de Cavalaria
(**) Jornalista