José Maria de Mendonça Júnior, Coronel de Cavalaria do Exército Português.

Vivência Militar: Portugal, Angola, França, Alemanha, Macau e Timor.

Condecorações: Serviços Distintos e Relevantes Com Palma, De Mérito, Avis, Cruz Vermelha, De Campanhas.

Vivência turística: Madeira, Açores, Espanha, Baleares, Canárias, França, Alemanha, Inglaterra, Italía, Suiça, Malta, Brasil, Paraguai, Marrocos, Moçambique, África do Sul, Zimbabwe, Indonésia, Singapura, Austráia, Filipinas, China.

Idiomas: português (de preferência), Espanhol, Francês, Inglês.

Com o fim de dinamizar a solidariedade através de comparticipação de cidadãos com inesquestionavél integridade de caracter.
 
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Saturday, May 28, 2005

Perguntas não ofendem

(*) Mendonça Júnior
(**) Marco Vinicios

Profecia da desgraça: Com uma constância que a muitos tem surpreendido, mas não a nós, o dr. Constâncio, ilustre governador do Banco de Portugal, tem vindo a aproveitar todas as oportunidades que lhe têm sido proporcionadas, para, em público e alto bom som, dizer o que já não é segredo para a maioria dos portugueses.
Ou seja, que isto está muito mau, porque a economia não ata nem desata e o Estado – o deles, os políticos – é perdulário. Enfim, que o país está de tanga – já Durão o tinha dito antes de ser mandado para Bruxelas. E mais ainda: que é preciso urgentemente apertar o cinto nacional, porque de outro modo a coisa estoira e ficamos todos borrados.
Essa profecia da desgraça que o governador do Banco de Portugal tem estado nos últimos tempos e estranhamente, a pregar, não é, de seguro, uma originalidade. De facto, os mais atentos tem-na escutado com frequência saída da boca dos seus colegas do Banco Mundial e do FMI. Assim como de todos que dão o corpo aos conclaves dos senhores do Mundo, que se acobertam sob mantos secretos de variadas configurações – Bilderberg Group, Trilateral Commission, G8, etc.
Invariavelmente, e como ensina a experiência quotidiana, o artifício tem por costume resultar: a malta, aterrorizada, cede e tudo aceita, na esperança de dias melhores que nunca chegarão.
No caso nacional presente, parece não haver dúvidas. Incapacitado de dar cumprimento às promessas eleitorais, o governo em exercício precisa de um “alibi” justificativo para dar o dito por não dito. E de facto já o tem, por via da acção do governador do Banco de Portugal, que ademais se veste da mesma cor partidária.
A prova mais evidente de que tudo está nos conformes encontramo-la facilmente na reacção do primeiro-ministro ao retrato negro da situação do país que Constâncio foi fazer no Palácio de Belém.
De facto, e como muitos se recordarão, ele, questionado por um jornal sobre esse facto, disse textualmene seguinte: «Estou preparado para tudo. E se não estivesse não me teria candidatado a primeiro-ministro». Querem mais?
A assim sendo e tudo visto e ponderado, só nos resta questionar para, sem ofender, confirmar o que já se sabe. O que fazemos a seguir:
a) Os 150 mil postos de trabalho vão ficar para as calendas?
b) Em quanto vai ser o aumento nos combustíveis e nas portagens?
c) Por quanto mais tempo irá ficar congelado o aumento salarial da função pública?
d) Mais quantas toneladas da “pesada herança” deixada pelo “Botas” vão ser vendidas?
e) Quantos outros bens do Estado serão leiloados?

(*) Coronel de Cavalaria
(**) Jornalista

Wednesday, May 25, 2005

O FENÓMENO DA CORRUPÇÃO

(*) BELMIRO VIEIRA

O que é? Como? Onde? – A corrupção ou suborno – ensina qualquer dicionário – é um acto pelo qual alguém consegue, via de regra pela oferta de dinheiro ou outras formas de pagamento, que outrem satisfaça os seus desejos, mas de uma forma que a lei condena e a lei repudia. A corrupção não é um fenómeno exclusivo dos dias de hoje. Nasceu com as primeiras sociedades humanas e tem convivido com elas sempre de uma forma cada vez mais íntima.
Via de regra, a corrupção é um acto a que se empresta o maior sigilo, porque assim exigem a vontade e a conveniência tanto do corruptor como do corrupto. Sigilo que, no entanto, nem sempre se cumpre. Daí que alguns casos de corrupção tenham passado ao conhecimento público e à própria História. O mais célebre foi, sem dúvida, o do judeu Judas Escariote que, por trinta dinheiros, entregou o seu amigo e companheiro Jesus aos romanos de Pôncio Pilatos, para a seguir, ser imolado no Golgotá.
Fruto proibido, fruto cobiçado, costuma dizer o vulgo e é verdade. Do mesmo modo que o que é segredo via de regra suscita apetências para a desvendação.
Assim sendo, não admira que haja hoje, por aí fora, inúmeras pessoas e instituições que se especializaram e se entretêm na tarefa quotidiana de desvendar os segredos guardados nos cofres fortes da corrupção que avassala as sociedades dos nossos dias. Tarefa que – é bom observar – comporta tarefas de execução tão grandes que, muitas das vezes, para serem ultrapassadas se torna inevitável o recurso à presunção ou mesmo á mentira.
De entre as várias instituições que se dedicam à denúncia da corrupção à escala mundial, duas há que merecem referência especial sobretudo pelo empenho que põem na execução dessa tarefa e bem assim na divulgação dos resultados obtidos.
Uma delas é a Global Witness, empresa com sede em Londres, agentes em Lisboa e, ao que se diz, cérebro em New York. A outra está sediada em Berlim e adopta uma designação tão sonante que não pode deixar de despertar a curiosidade geral. É a Transparency International (Transparência Internacional, em português) responsável pela publicação de relatórios anuais, aos quais os vários países do Mundo aparecem escalonados, segundo índices de corrupção que lhes são atribuídos. Por certo com o recurso à presunção, já que, sendo a corrupção um acto normalmente revestido do maior secretismo, não se vê como é possível elaborar estatísticas e elaborar valores que possam merecer credibilidade absoluta.
Na edição do relatório do último ano, por exemplo, são referenciados e enfileirados 146 países dos cinco continentes. Como vai sendo habitual, as páginas negras do relatório estão consignadas à África. Onde, – ainda de acordo com o documento – se localizam alguns dos países mais corruptos do Mundo: Nigéria, República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Chade e Angola. Todos eles possuidores de petróleo e outros importantes recursos naturais que suscitam a cobiça internacional. Logo, países que importa desestabilizar pela propaganda negativa, para mais facilmente poderem ser espoliados.
Sobre a corrupção importa ainda reter o seguinte: contrariamente ao que se pretende afirmar no relatório antes referido, não é em África e noutras regiões do chamado Terceiro Mundo que ela prospera e impera. Já que, como facilmente se pode intuir, é nos países onde há mais meios de riqueza em circulação e em disputa que se encontra condições para fortificar e crescer.
Assim sendo, podemos afirmar, sem receio de errar que a corrupção, por exemplo, é mais forte e generalizada na Europa que em África. Mas, ao nível mundial, onde ela manda e comanda, é precisamente nos “States” que são reconhecidamente o país mais rico do Mundo.
E se alguém tiver dúvidas sobre isso que se lembre que é ali que funcionam, legalizados e à luz do dia, escritórios de advogados especializados na criação de “lobbies” para favorecer causas, as mais variadas, em troca de chorudos contributos financeiros.

Foi publicado no Jornal “O Dia” em 05/01/2005
(*) Jornalista

Monday, May 23, 2005

Perguntas não ofendem

(*) Mendonça Júnior
(**) Marco Vinicios

Segredo bem guardado: As eleições autárquicas ainda vêm longe, mas já se houve por aí o rufar forte dos clássicos tambores de promessas, accionados pelos candidatos mais lépidos e determinados na ascensão ao poleiro.
De entre os quais se destaca, sem dúvida, o que o PS escolheu para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa, ou seja, o dr. Manuel Maria Carrilho, que já foi ministro e deputado da Nação.
De facto, merece ele que lhe tiremos o chapéu. Não propriamente pela escolha com que foi distinguido, mas sim pela brilhante jogada de antecipação que protagonizou.
Ao inundar – é o termo – nesta época de seca generalizada, as ruas da capital com um “rio” de promessas, contidas em gigantescos cartazes, em que ele aparece retratado e semi-sorridente, a informar os portugueses que tem “estado a trabalhar num projecto para Lisboa” e que esse projecto “terá princípio meio e fim”.
Promessas geniais ou engenhosas… dizemos. Já que não revelando o tema ou o teor do projecto em que tem estado a trabalhar, ele não só mostrou estar consciente de que o segredo é sempre a alma do negócio.
Como simultaneamente gerou um clima de “suspense” em torno da sua candidatura e conferir ao projecto os contornos de um autêntico jogo de prognósticos, tão do gosto do nosso Zé.
Daí que logo nos tenha ocorrido dar uma sugestão à Santa Casa, que é esta:
porque não criar um novo jogo de apostas, que, paralelamente, ao Totoloto e ao Euromilhões, no caso de vir a ser eleito “Mayor” da capital de Portugal?

(*) Coronel de Cavalaria
(**) Jornalista

Perguntas não ofendem

(*) Mendonça Júnior
(**) Marco Vinicios

Quem te viu e quem te vê: O dr. Marques Mendes, o novo líder do PSD, não é seguramente, um recém-chegado ao mundo da Política. Bem ao contrário! É alguém com muita vivência no sector.
Lembramo-nos dele, por exemplo, do tempo em que, como ministro ao Parlamento, apoiar a bancada do seu do seu partido. Função que ele desempenhava de uma forma original e de certo modo graciosa. Já que, invariavelmente, sempre que um eleito do seu partido entrava no uso da palavra, ele se agitava todo, meneando a cabeça de alto a baixo, em sinal de aprovação ao que o colega ia dizendo. E isso de uma forma tão ostensiva, que, entre muitos espectadores da TV Parlamento, passou ele a ser conhecido como o “mister sim”.
Actualmente já não é assim! Levado ao poleiro partidário e de vara na mão, ele tornou-se num autêntico “mister não”. Que disse não, aberta e sucessivamente, aos seus companheiros de partido: Santana Lopes, Valentim Loureiro, Isaltino Morais e não sabemos que mais. E de uma forma tão pouco usual que mereceu a discordância de muitos.
O não a Santana Lopes foi proferido de uma forma desagradável: explicou que apoiava a candidatura de Carmona Rodrigues à Câmara Municipal de Lisboa, porque ele era sério e competente (sic). Já o desapoio a Valentim Loureiro e a Isaltino Morais foi justificado pelo facto de ambos serem referenciados como arguidos em processos judiciais em curso.
Esse “volta-face” de Marques Mendes justifica-se plenamente que se lhe façam as seguintes perguntas:
(a) – Quando disse que Carmona Rodrigues era “sério e competente”, quis significar que Santana não tinha credênciais semelhantes?
(b) – Sabe ele por acaso que, nos termos da Lei e de acordo com as regras da Moral, ninguém pode ser referido como culpado sem que primeiro tenha sido julgado e condenado pelos tribunais competentes?
(c) – E sabe igualmente que, em democracia, quem deve eleger os representantes do povo é o próprio povo?

(*) Coronel de Cavalaria
(**) Jornalista

Tuesday, May 17, 2005

A IGREJA CATÓLICA E A CORTINA DE FERRO

(*) Mendonça Júnior
(**) Marco Vinicios

A morte recente de João Paulo II e o processo de sucessão que se lhe seguiu, culminando na escolha do cardeal Joseph Ratzinger como novo Sumo Pontífice deram azo, naturalmente, a um autêntico “tsunami” de palavriado, tanto falado como escrito, que inundou de uma forma subversiva os meio de comunicação social de todo o Mundo.
Portugal, país católico e onde também se cultua o paleio, de tal modo que ele é, actualmente, a nossa maior riqueza – por enquanto não colectável – não podia ser excepção.
E de facto não foi:: o “tsunami”, entre nós, durou dias, semanas mesmo, expresso num concorrido e desvairado alinhavar de sentenças interpretativas, onde não raramente a lógica se ausentou para dar lugar à ignorância e ao destempero verbal puro e simples.
Como, por exemplo, do que antes se afirma, lembramos que, numa das nossas TVs, surgiu , a certa altura, um comentarista, tido por alguns como um profundo conhecedor de como funciona este nosso Mundo, o qual, sem mais aquelas, soltou esta enormidade: «o bolchevismo caiu, na União Soviética e nos países do Pacto de Varsóvia, graça à acção de João Paulo II».
Enormidade – repetimos – já que a verdade histórica, facilmente comprovável, não autorga ao cardial Woltyla qualquer acção nesse sentido.
Certo que ele, e como polaco, se opôs naturalmente à implantação no seu país natal de um regime político que, alem de abertamente hostil à sua religião, se propunha subjugar o povo polaco e coloca-lo ao serviço de uma potência estrangeira.
Essa posição, porém, jamais extravazou do plano meramente intelectual e nem poderia ser de outro modo, já que é impensável que, católico exemplar como ele foi, quer quando esteve na Polónia, quer quando a sua estadia em Roma, tenha alguma vez protagonizado acções com vista ao derrube da cortina de ferro.
A cortina de ferro, ou melhor, o regime bolchevista caiu, não pela acção pessoal de ninguém, em particular, mas sim pela ocorrência ou conjugação de uma série de factores registados desde a sua implantação, em 1917, na Rússia, até à derrocada, já quase no final do século, do muro de Berlim, que o simbolizava.
Em primeiro lugar, há que reter que o bolchevismo, tal qual o enunciou o alemão Max, não é facilmente aceitável, já que o que ele se propõe abater – o culto da riqueza pessoal – é algo contranatura, sobretudo nos tempos de hoje, em que tanto quer ter mais quem tem ou quem não tem.
Mas não foi só isso que sentenciou o bolchevismo à morte. Em nossa modesta opinião, a forma envenenada como se operou a sua implantação no país das estepes é que explica, mais que qualquer outra causa, a enfermidade que o acompanhou em décadas de existência e levou à sua morte.
Falando mais claro: o bolchevismo, implantado na Rússia, contou no início, como está comprovado, com o apoio financeiro dos grandes banqueiros de Nova Iorque e de Londres, um dos quais, curiosamente, era sogro de Trotsky.
Facto que, em si, é um contrasenso, pois não se percebe que o capitalista financie quem o quer destruir, mas que tem explicação numa outra realidade que, nessa altura, despontava. É que a Rússia, devido à acção do Pedro, o Grande, havia-se desenvolvido, transformando-se numa grande potência, que era preciso enfraquecer, para que se não tornasse concorrente das do mundo anglo-saxónico, a que pertenciam os referidos banqueiros.
O veneno assim ministrado produziu os efeitos desejados. E de que maneira? Ocorre perguntar! Naturalmente porque, paralelamente, foram ministrados outros “venenos”.O mais mortífero dos quais foi, sem dúvida, erigir o bolchevismo soviético como inimigo número um do Mundo Ocidental.
O que obrigou os sucessivos governos soviéticos a gastar todos os recursos disponíveis na construção de uma gigantesca máquina militar para garantir a sua defesa esquecendo, deste modo, o desenvolvimento económico e social do país, o qual, se não se degradou, também não progrediu, com é fácil de constatar hoje.
Mas não foi só isso. Apostados como estavam no enfraquecimento da Rússia, os argentários de Nova-Iorque e de Londres foram ao ponto de, na década de 30, financiar igualmente o nascente regime nazista de Adolfo Hitler, na esperança de que este, assim fortalecido, se aventurasse a atacar a então União Soviética, com de facto viria a acontecer.
Abrimos aqui um parêntesis para dizer o seguinte: quem disso tiver dúvidas que leia, por exemplo, “Tragédia e esperança” de Carol Quingley, catedrático da Universidade de Georgeton. Ali encontrará relatados e documentados factos surpreendentes, que a História esqueceu e alguns dos nossos políticos também..
Como, por exemplo o acordo que, em meados de 1937, o então primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain foi, em nome do seu governo e no dos States, propôr a Hitler. Acordo que contemplava generosas ofertas ao Furher, entre as quais – pasme-se! – a de restituir à Alemanha a condição de potência colonial em África, oferecendo-lhe não a Namíbia, onde ela tinha estado antes da Primeira Guerra Mundial, mas sim o Congo Belga e a Angola portuguesa.
A Rússia e a Alemanha foram, assim, vítimas quase que mortais desse “veneno”, engenhosamente urdido nos laboratórios do supercapitalismo, cujos centros estratégicos estão localizados em Nova Iorque e em Londres.
Foram vítimas – repete-se – mas não as únicas. Já que, como é fácil de entender – também não escaparam a essa medicação os países europeus, como Portugal, a França, a Espanha, a Bélgica e a Holanda, contra quem se desencadeou o processo chamado de descolonização, privando-os assim de matérias primas essenciais para que não fossem competitivos.
Como também e serão todos os que, tanto na Europa como à escala mundial, evidenciarem capacidades concorrenciais, porque estas serão rapidamente anuladas com a aplicação de terapias eficazes: nuns casos, se chama inflação do custo do crude, e noutros, a proibição, com ameaças punitivas, de pensar em energias alternativas.
Além destas, sabe-se, estão engendradas ou em curso outras terapias alternativas, como por exemplo, a chamada globalização.

(*) Coronel de Cavalaria
(**) Jornalista